Muitas estreias no Vodafone Mexefest
20.31 - Mal o festival que todos os Invernos invade a Avenida da Liberdade, em Lisboa, tinha começado, agora baptizado de Vodafone Mexefest, e já dava para notar que o ambiente era de grande azáfama. À porta do cinema São Jorge muitos eram aqueles que trocavam os seus bilhetes por uma pulseira que dá acesso às várias salas da avenida, enquanto que outros, certamente mais "desesperados", anunciavam em papéis A4 que queriam comprar um ingresso, uma vez que nesta altura já tinham esgotado.
20.55 - Tal como muitos outros "festivaleiros" de Inverno, a entrada na Igreja de S. Luís dos Franceses deu-se entre empurrões e encontrões para encontrar um recanto e ver um pouco do concerto de Luísa Sobral. "Isto é cá um movimento, acho que estou a tocar no metro e não numa igreja", comentou em tom de brincadeira a própria cantora, dado o entra e sai de gente naquele espaço. Ali ouviram-se canções delicodoces com tons de um jazz subtil, que fazem parte do álbum de estreia da cantora.
21.22 - Além da Igreja de S. Luís dos Franceses, outro dos espaços que se juntou ao festival este ano foi a Sociedade de Geografia de Lisboa, que recebeu a estreia em Portugal do norte-americano Josh T. Pearson. O músico entrou em palco pouco depois desta hora, perante uma plateia muito bem composta, caracterizando-o não só as canções folk suaves e despidas de adornos, mas um belíssimo sentido de humor, que o motivou a fazer piadas com os poucos anos de história do seu próprio país. Entre o público encontrámos também músicos, de Tiago Bettencourt a Kalu (dos Xutos & Pontapés).
21.50 - Enquanto caminhávamos em direcção ao São Jorge para espreitar um pouco da actuação da espanhola Bebe (outra estreia), somos abordados por um rapaz com uniforme da Vodafone que oferece um chocolate quente. Mas como a noite viria a demonstrar, esta bebida de Inverno não veio substituir a tradicional cerveja de festival.
21.54 - A sala principal do São Jorge estava lotada para ouvir as canções de Bebe que, mesmo que tendo recebido alguns piropos entre as canções, não deixou de demonstrar uma parca criatividade na altura de criar canções e mostrá-las ao público.
22.20 - As cadeiras do Teatro Tivoli de nada serviram para a estreia da dupla canadiana Handsome Furs, que depressa viram a plateia levantar-se para dançar ao som da electro-pop carregada e efusiva do grupo que, ainda assim, pouco trouxe de novo ao que já é feito neste campeonato, caindo mesmo em certos alguns em lugares comuns indesejáveis.
22.38 - Depois de alguns minutos numa fila que já dava mais que uma volta dentro do Hotel Tivoli para aceder ao elevador que dava acesso ao terraço onde se realizam os concertos, acabámos por seguir o lema do festival - Mexefest - e mexemo-nos dali para a Sala 2 do São Jorge. Os You Can"t Win, Charlie Brown tiveram de ficar para uma outra altura.
22.45 - Na sala 2 do São Jorge encontrámos os S.C.U.M. (em estreia nacional), mas podíamos também dizer que ali vimos uns Joy Division (com sintetizadores mais abrasivos) transpostos para 2011 e com um vocalista com maneirismos à Nick Cave, bastante performático.
23h10 - Ainda não tínhamos espreitado os concertos na estação de Metro dos Restauradores, mas chegámos a tempo de ouvir a última canção do concerto dos novatos Capitão Fausto, que tocaram para um público predominantemente adolescente e que já sabia bem ao que ia.
23h22 - Os brasileiros A Banda Mais Bonita da Cidade ficaram conhecidos como um fenómeno "viral" da Internet e ontem à noite deram o seu primeiro concerto em Portugal, no belíssimo salão da Casa do Alentejo, onde a maioria pedia "aquela" (e "aquela" chama-se "Oração") como dizia uma admiradora mesmo ao nosso lado. A banda, bem jovem e formada apenas há dois anos, mostrou-se visivelmente emocionada com a recepção calorosa que tiveram. Pela Casa do Alentejo passeavam nesta altura os dois membros dos Dead Combo, que esta noite tocam no Teatro Tivoli.
00h00 - Como seria de esperar os canadianos Junior Boys deram um dos mais interessantes concertos deste primeiro dia de Vodafone Mexefest, enchendo quase na totalidade o Teatro Tivoli, que recebeu (e assim dançou) com entusiasmo as canções electro-pop da dupla (aqui acompanhada por um baterista) que, cada vez mais, ganham um apelo à pista de dança e não tanto ao lado crooner que, em tempos, mostraram nos seus primeiros discos.
01h24 - O Cabaret Maxime foi um dos espaços escolhidos para receber o final de um primeiro dia visivelmente ganho (nem que seja pela grande movimentação que o festival gerou na Avenida da Liberdade e pelas salas constantemente cheias), e revelou-se pequeno demais para o hedonismo hip hop dos norte-americanos Spank Rock, certeiros (na maioria das vezes) no cruzamento desta música com linguagens electrónicas e mestres na forma de tornar um concerto numa festa sem precedentes.