> paula cordeiro.Continuidade e manutenção da estratégia foi a principal mensagem que o mercado acolheu face à anunciada saída de Jardim Gonçalves da presidência do Millennium bcp e sua substituição por Paulo Teixeira Pinto. O rumo futuro do banco não sofrerá alterações significativas, uma garantia dada pelos dois responsáveis e que os analistas consideram ser um dado consistente.."Não tenho a sensação de ser o virar de uma página", disse Jardim Gonçalves, na conferência de imprensa da semana passada. Ao escolher para seu sucessor um alto quadro do banco, ligado à instituição há dez anos e que não é um profissional da banca de raiz, o engenheiro quis manter a 'estabilidade' dentro do próprio conselho, não indicando nenhum dos seus companheiros, o que poderia criar alguns conflitos..Paulo Teixeira Pinto alia ao seu percurso bancário uma componente política (foi secretário de Estado de Cavaco Silva), facto que foi bem aceite pelo mercado e considerada uma mais-valia para um grupo financeiro da dimensão do BCP.."O BCP continuará a ter o mesmo rumo, face ao perfil do seu próximo presidente e ao que o próprio disse", referiu ao DN Tiago Dionísio, do departamento de research do Banco Português de Investimento (BPI). Logo após a apresentação dos resultados em Lisboa, Jardim Gonçalves e Teixeira Pinto seguiram para Londres, onde apresentaram os números de 2004 aos analistas sediados naquela praça. Aí, o futuro presidente do Millennium bcp falou brevemente e referiu a intenção de seguir a mesma estratégia, à semelhança do que tinha dito em Lisboa.."Os mercados reagiram bem ao anúncio da mudança, uma vez que se trata de uma pessoa da confiança de Jardim Gonçalves", disse outro analista de banca, que não quis ser citado..Quais vão ser as principais tarefas de Teixeira Pinto? A nível internacional, com as operações na Polónia e Grécia a começarem a dar lucros, o pior trabalho está feito, sendo a principal alteração o reforço no grego Novabank, com o BCP a comprar os restantes 50%. No mercado doméstico, o cenário está igualmente traçado. O banco centrou a sua actividade no core business, podendo ainda alienar mais alguma participação estratégica, como o caso da Brisa. O mercado irá estar particularmente atento ao desenrolar das relações com a Caixa Geral de Depósitos, accionista do BCP.