MPLA/Congresso: Partido ambiciona maior número de vitórias nas autárquicas mas está ciente que outros vão ganhar
João Lourenço, eleito hoje presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), com 98,59% dos votos, em substituição de José Eduardo dos Santos, ao fim de 38 anos de liderança, apontou como um dos principais desafios para os próximos tempos, as eleições autárquicas.
Angola vai realizar as suas primeiras eleições autárquicas em 2020, "um grande desafio" que o MPLA tem pela frente, frisou o líder do MPLA.
Mesmo ambicionando a vitória na maioria das autarquias, João Lourenço avisou que é preciso que os militantes estejam "cientes de que há candidatos de outras formações políticas que ganharão também algumas câmaras", situação "absolutamente normal e até salutar para a democracia".
"Com essas eleições pretende-se uma democracia mais participativa, onde o cidadão não só elege aqueles que, na sua comunidade e no seu município, terão a responsabilidade de resolver os problemas comunitários que mais o afligem, como ele próprio contribui [para a] solução desses problemas", frisou.
O presidente do MPLA referiu que está ainda por definir se, no arranque, as autárquicas se realizarão em todos os municípios ou não, mas, "seja qual for o desfecho da consulta e do debate em curso na sociedade, implantado de forma gradual ou não, em qualquer uma das opções, em todas as 18 províncias do país serão realizadas eleições autárquicas, em pelo menos alguns dos seus municípios".
Para João Lourenço, não faz sentido dizer-se que haverá "perigo de aumento ou perpetuação das assimetrias regionais", as quais o partido é o "primeiro a combater".
"Longe de ser uma imposição, não obstante o executivo defender a sua proposta inicial, o MPLA está aberto a ouvir posições diferentes, pois, caso contrário, não teria tido a iniciativa de fazer esta ampla auscultação à sociedade", disse.
O pacote legislativo autárquico proposto pelo Governo angolano prevê a sua aplicação de forma gradual e a sua institucionalização em todo o país dentro de 15 anos, tendo os partidos da oposição e alguns membros da sociedade civil manifestado oposição à proposta.