MP nega reabrir caso do "apagão fiscal". Pedido de Ana Gomes rejeitado

Pedido de reabertura do inquérito sobre transferências bancárias para offshores não comunicadas ao Fico tinha feito por Ana Gomes. Procuradora considera que eurodeputada avançou com "suspeitas sem suporte nos factos".
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O caso do suposto "apagão fiscal" das transferências bancárias para offshores está definitivamente encerrado, após o Ministério Público ter recusado reabrir o inquérito, apesar de a eurodeputada Ana Gomes se ter constituído assistente no processo para esse efeito.

Em despacho assinado em março, consultado pelo Expresso e noticiado esta quinta-feira, a magistrada Helena Almeida concluiu que não houve qualquer intervenção humana na falha de transmissão para a autoridade fiscal portuguesa dos dados bancários relativos a transferências para paraísos fiscais.

A magistrada ainda ilibou de qualquer responsabilidade Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, no Governo de coligação PSD/CDS.

O processo, nascido em 2017 após denúncia do ex-secretário de Estado Rocha Andrade (entretanto falecido), por altura do governo da geringonça, refere-se a um erro de processamento de declarações bancárias sobre transferências para offshores entre 2011 e 2014, em que grande parte das operações comunicadas ao Fisco não passou para a base de dados da administração tributária.

Segundo o jornal Eco, de 18.200 milhões movimentados, mais de 10.000 milhões não ficaram registados, apesar de terem sido declarados pelas instituições financeiras.

Após investigação, o processo foi arquivado, por não se ter encontrado qualquer matéria criminal.

Ana Gomes não se conformou e constituiu-se assistente no processo, pedindo a sua reabertura. No entanto, a procuradora Lígia Fernandes considerou os argumentos da eurodeputada serem "inúteis e sem pertinência" e que na sua fundamentação há "suspeições sem qualquer suporte em factos".

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