Movimento cívico e autarcas no Parlamento para exigir continuidade das obras

O movimento cívico e autarcas de Miranda do Corvo, Lousã, Coimbra e Góis deslocam-se amanhã ao Parlamento para uma reunião com a Comissão de Economia e Obras Públicas sobre a continuidade das obras no Ramal da Lousã.
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Jaime Ramos, porta-voz do movimento, disse que a comitiva, que será acompanhada por cerca de uma centena de pessoas, tem ainda previsto reuniões com deputados dos diferentes grupos parlamentares e do círculo de Coimbra.

Segundo o representante, a delegação vai comunicar aos deputados que é preciso "concluir a obra e respeitar o compromisso da Assembleia da República", que em fevereiro de 2011 votou por unanimidade vários projetos de resolução a defender a continuação do transporte público sobre carris, entre Serpins e Coimbra (Estação velha).

"Os deputados devem ser firmes e obrigar o Governo a cumprir a deliberação da Assembleia da República. É uma questão de honra e dignidade, para que as votações no Parlamento não sejam simples declarações de intenções", sublinhou.

De acordo com Jaime Ramos, a comitiva vai também tentar que os 50 milhões de euros que estavam destinados ao projeto na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, entretanto canalizados para outros investimentos fora da região, sejam desbloqueados para que seja mais rápido continuar com as obras.

Em janeiro, noutra iniciativa do movimento cívico, cerca de um milhar de pessoas foi cantar as Janeiras ao ministro da Economia, que garantiu a continuidade da obra no âmbito do Sistema de Mobilidade do Mondego, no qual se prevê a criação de um metropolitano ligeiro de superfície no ramal da Lousã e na cidade de Coimbra.

Nesse dia, Álvaro Santos Pereira afirmou ser "importante repor a linha", sublinhando a necessidade "de apostar no interior, que foi esquecido durante muitos anos".

Neste momento, estão em fase de conclusão as empreitadas entre Alto de São João (Coimbra) e Serpins (Lousã), correspondentes à Linha Verde, primeira fase do projeto, que representam um investimento de 130 milhões de euros, incluído num montante global de 447 milhões. As obras estão a ficar concluídas com praticamente um ano de atraso.

No final de 2010, o anterior Governo suprimiu às duas empreitadas em curso os trabalhos de colocação de plataformas na via, dos carris, bem como de toda a catenária (sistema de alimentação elétrica), no valor de 13 milhões de euros, justificando a decisão com os cortes do Plano de Estabilização e Crescimento (PEC) 3.

Entretanto, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, afirmou que é necessária uma "renegociação com as construtoras".

"O país não tem dinheiro, os municípios não têm dinheiro e não podemos aceitar que haja sobrecustos por paragens e essa renegociação tem de acontecer", disse ainda Sérgio Monteiro, numa reunião com autarcas e elementos do movimento cívico.

Para abril está marcada nova reunião com os municípios de Coimbra, Lousã, Góis e Miranda do Corvo para recalendarizar o projeto.

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