Motoristas de autocarros de longo curso - mais conhecidos por expressos - queixam-se que têm de almoçar e comer outras refeições dentro das viaturas pesadas que conduzem, porque o terminal rodoviário de Sete Rios, em Lisboa, não lhes disponibiliza uma sala. Um abaixo-assinado subscrito por 221 motoristas já foi enviado à Inspecção-Geral do Trabalho e ao delegado de saúde, exigindo a criação das condições necessárias. Na sequência desta acção, fonte da Rede Nacional de Expressos, que gere o terminal, já prometeu "procurar uma solução"..Vítor Pereira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), revelou ao DN que "foram recolhidas 221 assinaturas de motoristas denunciando que o terminal de Sete Rios não tem instalações para tomarem uma refeição em condições de higiene e conforto, tendo muitas vezes de recorrer ao interior das viaturas para se alimentarem e descansarem"..O sindicalista adianta que o mesmo abaixo-assinado "exige a criação de uma sala para os motoristas poderem tomar uma refeição descansadamente. Solicita a intervenção urgente da Inspecção-Geral do Trabalho e do delegado regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo para que sejam criadas as condições desejadas, que são da maior importância para a saúde dos motoristas e para a segurança rodoviária"..Salienta que "os motoristas chegam a Sete Rios e depois têm de passar aqui várias horas até voltarem a pegar no autocarro com passageiros e retornar ao ponto de origem. Nesses longos períodos, não têm onde ficar. Têm de andar de um lado para o outro e estar sentados nos bancos, junto com os passageiros que estão à espera do autocarro. Ou então ficam dentro das viaturas, onde passam frio no Inverno e calor no Verão".."Como muitos deles têm problemas de estômago e não podem consumir as refeições que servem nos restaurantes, trazem comida de casa. Mas não têm onde aquecê-la nem um sítio para comer. Têm de o fazer dentro do autocarro, onde é proibido comer", sublinhou Vítor Pereira..Sobre estas questões, o director operacional da Rede Nacional de Expressos (RNE), Carlos Oliveira, refere que a empresa "sempre entendeu como necessária a existência de uma sala para tomada de refeições e descanso dos motoristas".."Reorganizar o espaço" .No entanto, esclarece que a RNE "é apenas concessionária da gestão da estação de Sete Rios e, como tal, está obrigada a respeitar o layout definido aquando da mudança do Arco do Cego". Garante que, mesmo "com estas condicionantes, a empresa está a procurar uma solução que possa responder, a curto prazo, às necessidades evidenciadas".."Vamos encontrar um pequeno espaço para os motoristas. Temos interesse e vontade em criar essas condições", confessou ao DN, adiantando que "a solução é reorganizar o espaço para conseguir disponibilizar uma sala para esse fim".. "Não podemos é ferir o acordo estabelecido com a Câmara Municipal de Lisboa, que aqui representa o papel de senhoria e a RNE o de inquilina. Por isso, não é possível fazermos alterações nas instalações", esclareceu o mesmo responsável.|