Moscovo: um retrato a traço grosso
Doze milhões e meio de habitantes. A maior urbe do Velho Continente, e uma das grandes metrópoles do planeta. Esteve no coração das grandes convulsões da História da Rússia, dos tempos do Grão Ducado da Moscóvia ao Império dos tsares, da defunta União Soviética à Federação Russa de Hoje.
É tal a dimensão física, política, histórica e cultural da capital russa que, para além de ex libris como o Kremlin, a Catedral de S. Basílio, ou o Bolchoi, ensaiar um retrato da cidade, a traço grosso que seja, representa um desafio.
Um primeiro olhar não deixará de notar a densidade dos espaços verdes na paisagem da grande urbe. Moscovo é uma das cidades mais verdes do Mundo - mais de 40 por cento da área da cidade - incluindo 96 parques e 18 jardins e uma centena de quilómetros quadrados de áreas florestais.
A oferta cultural de Moscovo é vastíssima e diversificada. Mencionem-se ao menos, entre as grandes referências culturais de Moscovo, a Galeria Tretiakov, o Museu Puchkine, ou o Museu Histórico da Rússia, o 68 museus, os 132 cinemas, as 24 salas de concerto ou os 103 teatros da cidade, entre eles os famosos Bolshoi, Maly, o Vakhtangov ou o Teatro da Arte de Moscovo.
Outra atração serão sem dúvida as numerosas instalações desportivas da capital russa. Moscovo tem 63 estádios, e 40 grandes complexos desportivos. O Estádio Lujniki (o antigo Estádio Lenine), onde a seleção das quinas mede hoje forças com Marrocos, foi construído em 1956 mas amplamente remodelado para acolher os Jogos Olímpicos de 1980 e dispõe de capacidade para cerca de 80 mil espectadores.
Aos que se deslocaram à capital russa fundamentalmente para apoiar a seleção nacional em Lujniki, e que disporá provavelmente de pouco tempo para visitar a cidade, sugira-se uma voltinha por algumas das mais famosas estações de Metro de Moscovo - a Plochad Rievolutsiia (Praça da Revolução), a Taganskaia, a Maiakovskaia, a Komsomolskaia, entre outras - todas concentradas num "anel" na parte central da cidade.
Aproveite-se para sair na estação Arbatskaia e dar uma volta pela velha Arbat, uma das artérias históricas de Moscovo, refúgio tradicional de artistas plásticos, de músicos e poetas, de tertúlias e clandestinidades, e hoje um espaço cosmopolita animado por turistas de todo o Mundo.
Já agora, e ainda no coração de Moscovo, valerá a pena dar um salto à Praça Europa, junto à estação de comboios Kievskaia, às águas do Moskva e ao Hotel Radison Slavianskaia. Dominada pelo famoso arranjo escultórico do Rapto da Europa, uma oferta de Bruxelas à capital russa, foi construída em 2002, em pleno início da era Putin, e oferece motivos bastantes para inspirar algumas reflexões sobre a problemática evolução das relações entre a Rússia e a Europa nas últimas décadas.