A morte do basquetebolista norte-americano Kevin Widemond, da Ovarense, no intervalo de um encontro com a Académica, volta a colocar em causa a inexistência de desfibrilhadores em recintos desportivos. A legislação não obriga à instalação nos pavilhões destes aparelhos cuja finalidade é a de restaurar o ritmo normal do coração através de uma forte descarga eléctrica de curta duração. .Kevin Widemond, de 23 anos, estava sentado no balneário, na extremidade do banco, a ouvir as instruções do seu treinador Mário Leite, e caiu para o lado inanimado. Só quando o INEM chegou, uns dez minutos depois, é que o jogador da Ovarense, que disputava o jogo de atribuição do terceiro lugar do Troféu António Pratas, foi sujeito a manobras de reanimação com uso de um desfibrilhador. Contudo, o basquetebolista, que se encontrava em paragem cardiorrespiratória, não reagiu e o óbito viria a ser confirmado pelo Hospital de Santo André, em Leiria..Mal o acidente ocorreu o Ovarense-Académica foi suspenso, bem como a final entre Benfica e Guimarães..A assistência imediata ao jogador com um desfibrilhador (foi sujeito apenas a uma massagem cardíaca) poderia ter evitado o pior, mas a verdade é que não é obrigatória a sua instalação nos pavilhões, e são raros os que o têm. António Rosa, presidente da Associação de Basquetebol de Leiria, confirmou que, de facto, não dispunham desse material, mas sublinhou a falta de obrigatoriedade. "Agora, é sempre fácil criticar", desabafou..Kevin Wildemond estava em Portugal desde Setembro, tendo sido contratado por indicação de um olheiro que é amigo de longa data da equipa orientada por Mário Leite. .O presidente da direcção de basquetebol da Ovarense desconhecia quaisquer limitações físicas do jogador norte-americano. "Era um atleta profissional, nos exames foi dado como apto para a prática de alta competição", disse Pedro Braga da Cruz, adiantando que pelas "indicações conhecidas" o jogador "suportava perfeitamente o trabalho físico" dos treinos e nas sete partidas oficiais que tinha realizado..O base natural de Nova Iorque jogava pela primeira vez fora do seu País, tendo aceite o contrato da Ovarense para iniciar a sua car- reira internacional.