Morte de basquetebolista questiona segurança nos recintos

Norte-americano Kevin Widemond faleceu durante o intervalo de um jogo. Atleta, 24 anos, não resistiu a uma paragem cardíaca. No pavilhão não havia um desfibrilhador nem ambulância. A lei também não o obriga.
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A morte do basquetebolista norte-americano Kevin Widemond, da Ovarense, no intervalo de um encontro com a Académica, volta a colocar em causa a inexistência de desfibrilhadores em recintos desportivos. A legislação não obriga à instalação nos pavilhões destes aparelhos cuja finalidade é a de restaurar o ritmo normal do coração através de uma forte descarga eléctrica de curta duração.

Kevin Widemond, de 23 anos, estava sentado no balneário, na extremidade do banco, a ouvir as instruções do seu treinador Mário Leite, e caiu para o lado inanimado. Só quando o INEM chegou, uns dez minutos depois, é que o jogador da Ovarense, que disputava o jogo de atribuição do terceiro lugar do Troféu António Pratas, foi sujeito a manobras de reanimação com uso de um desfibrilhador. Contudo, o basquetebolista, que se encontrava em paragem cardiorrespiratória, não reagiu e o óbito viria a ser confirmado pelo Hospital de Santo André, em Leiria.

Mal o acidente ocorreu o Ovarense-Académica foi suspenso, bem como a final entre Benfica e Guimarães.

A assistência imediata ao jogador com um desfibrilhador (foi sujeito apenas a uma massagem cardíaca) poderia ter evitado o pior, mas a verdade é que não é obrigatória a sua instalação nos pavilhões, e são raros os que o têm. António Rosa, presidente da Associação de Basquetebol de Leiria, confirmou que, de facto, não dispunham desse material, mas sublinhou a falta de obrigatoriedade. "Agora, é sempre fácil criticar", desabafou.

Kevin Wildemond estava em Portugal desde Setembro, tendo sido contratado por indicação de um olheiro que é amigo de longa data da equipa orientada por Mário Leite.

O presidente da direcção de basquetebol da Ovarense desconhecia quaisquer limitações físicas do jogador norte-americano. "Era um atleta profissional, nos exames foi dado como apto para a prática de alta competição", disse Pedro Braga da Cruz, adiantando que pelas "indicações conhecidas" o jogador "suportava perfeitamente o trabalho físico" dos treinos e nas sete partidas oficiais que tinha realizado.

O base natural de Nova Iorque jogava pela primeira vez fora do seu País, tendo aceite o contrato da Ovarense para iniciar a sua car- reira internacional.

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