O líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, orou e chorou esta segunda-feira próximo dos caixões do general Qassem Soleimani e de outros mortos no ataque norte-americano em Bagdad na sexta-feira, durante as cerimónias fúnebres em Teerão..Khamenei, que tinha um relacionamento próximo com Soleimani, chorou durante as tradicionais orações muçulmanas pelos mortos..O sucessor de Soleimani na força de elite iraniana Al-Quds, Esmail Ghaani, ficou ao lado de Ali Khamenei, assim como o Presidente iraniano, Hassan Rouhani, e outros líderes da República Islâmica durante as cerimónias fúnebres..Centenas de milhares de pessoas presentes no ato fúnebre também choraram a morte do general iraniano..A filha de Qassem Soleimani, Zeinab, ameaçou diretamente um ataque às forças armadas dos EUA no Médio Oriente enquanto falava diante de multidão em Teerão.."As famílias dos soldados norte-americanos no oeste da Ásia (...) passam o dia esperando a morte de seus filhos", disse Zeinab. "Trump maluco, não penses que tudo acabou com o martírio do meu pai", acrescentou e terminou com a ameaça de que "um dia negro" vai cair sobre os EUA..A TV estatal iraniana falou numa multidão de "milhões" de pessoas, embora esse número não possa ser verificado..O líder do grupo militante palestino Hamas, Ismail Haniyeh, está em Teerão e assistiu também às cerimónias fúnebres de Soleimani..Ismail Haniyeh, num discurso aos iranianos, descreveu o general Qassem Soleimani, como "o mártir de Jerusalém"..O responsável do Hamas prometeu que grupos militantes palestinianos - incluindo o seu grupo, que controla a Faixa de Gaza -, seguirão o caminho de Soleimani "para confrontar o projeto sionista e a influência norte-americana"..Com imagens do seu herói sorridente nas mãos, os iranianos concentraram-se antes das 08.00 (04.30 em Lisboa) junto à Universidade de Teerão, onde o guia supremo, o ayatollah Ali Khamenei, preside a uma oração em homenagem ao soldado mais popular do Irão..A multidão, concentrada junto à universidade e ao longo de vários quilómetros, pelas avenidas Enghelab ("revolução") e Azadi ("liberdade"), empunha também bandeiras vermelhas, da cor do sangue dos "mártires", ou iranianas, mas também libanesas ou iraquianas. Nas ruas ouvem-se palavras de ordem como: "Morte à América", "Morte a Israel"..Numa referência ao general Soleimani e aos outros iranianos que morreram no ataque norte-americano, a televisão estatal está a transmitir imagens em direto de vistas aéreas da capital, ao mesmo tempo que afirma, em título, "ressurreição sem precedentes da capital iraniana para receber Haj Qassem e os mártires da resistência"..O general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump..No mesmo ataque morreu também o número dois da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras oito pessoas..O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente..NATO discute crise nesta segunda-feira.Os embaixadores dos 29 países da NATO vão reunir-se extraordinariamente nesta segunda-feira para discutir a crise entre os Estados Unidos e o Irão, disse um porta-voz da organização à agência de notícias AFP. "O secretário-geral [Jens Stoltenberg] decidiu organizar esta reunião de embaixadores da NATO depois de ter discutido com os aliados", disse o porta-voz à AFP..Os embaixadores dos 29 países da NATO reúnem-se regularmente em Bruxelas, várias vezes por semana, para discutir questões atuais e assuntos de interesse comum..No sábado, a NATO anunciou que suspenderia as operações de treino no Iraque após a morte do general iraniano Qassem Soleimani durante um ataque norte-americano a Bagdad, no Iraque, na sexta-feira..A missão da NATO no Iraque, que tem algumas centenas de militares, treina as forças do país desde outubro de 2018, a pedido do Governo iraquiano, para impedir o retorno do Estado Islâmico (EI)..O general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump..No mesmo ataque morreu também o número dois da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras oito pessoas..O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas --- Rússia, França, Reino Unido, China e EUA --- mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018..No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano..Merkel e Putin debatem aumento da tensão no sábado.A chanceler alemã, Angela Merkel, vai visitar a Rússia no próximo sábado, a convite do Presidente russo, Vladimir Putin, para debater as tensões no Médio Oriente e o cumprimento dos acordos de Minsk, informou esta segunda-feira o Kremlin.."Durante as conversações deverão ser debatidos temas da atualidade internacional, incluindo a situação na Síria, na Líbia e o aumento das tensões no Médio Oriente na sequência do ataque dos Estados Unidos contra o aeroporto de Bagdad, a 3 de janeiro", indicou o gabinete de imprensa da presidência russa..O Kremlin também informou que durante a reunião entre Merkel e Putin serão analisados o cumprimento dos acordos de Minsk de 2015, que visaram pôr fim à guerra no leste da Ucrânia, e os alcançados sob o designado "formato de Normandia" (Ucrânia, Rússia, Alemanha e França) em 09 de dezembro, em Paris..O acordo assinado na capital francesa comprometeu os líderes russo e ucraniano, nomeadamente, a trabalhar para um cessar-fogo "total" e efetivo até ao final do ano e para um intercâmbio completo dos respetivos presos..Os intervenientes também acordaram implementar condições políticas e de segurança em quatro meses para permitir eleições locais em Dombass, mas não chegaram a acordo sobre o controle da fronteira russo-ucraniana.