Morreu Fernando Reino, na madrugada de domingo, aos 88 anos. Nascido a 5 de agosto de 1929, na freguesia de Felgar, em Torre de Moncorvo (Bragança), foi embaixador de Portugal em vários países e diplomata em diversas missões, tendo acabado a carreira em Nova Iorque, como embaixador junto das Nações Unidas.
Entre as várias funções que desempenhou, foi embaixador em Tóquio e em Oslo e Chefe de Missão em Reiquejavique e ainda embaixador junto das Nações Unidas. Esteve à frente da embaixada de Madrid e foi Representante Permanente nas Nações Unidas. Desempenhou também as funções de Encarregado de Negócios na Embaixada de Tananarive e Cônsul na cidade do Cabo. Coordenou a Comissão Nacional de Descolonização, tendo participado na Conferência do Alvor e foi Chefe da Casa Civil do Presidente da República, General Ramalho Eanes.
O embaixador Francisco Seixas da Costa recorda-o no seu blogue "Duas ou três coisas", onde conta que Fernando Reino foi o seu primeiro embaixador quando, em 1979, foi colocado na Noruega. "Trabalhámos pouco tempo juntos. Menos de um ano depois, Reino viria a ser chamado por Ramalho Eanes para chefe da sua Casa Civil. Mas, desde os fiordes, ficámos amigos para sempre", escreve Seixas da Costa.
"Foi um excelente diplomata, com grande sentido de Estado e dos interesses nacionais", escreveu ainda o professor universitário, que sobre Reino disse ainda ser uma "'força da natureza' incansável e absorvente, com um ritmo de atividade difícil de acompanhar".
Seixas da Costa define-o como um "europeísta e profundamente empenhado na reforma e modernização da nossa máquina diplomática" - "via o país em grande".
Já antes - por altura do 88º aniversário do antigo embaixador - Seixas da Costa escrevia no seu blogue sobre Reino, que tinha sido "um dos rostos mais proeminentes da geração diplomática que viria a fazer a transição dos regimes separados pelo dia 25 de abril de 1974".