Montijo: Ryanair admite que poderá voar para os dois aeroportos em Lisboa

A Ryanair mostra-se satisfeita com a operação que tem em Portugal, onde tem uma quota de mercado na casa dos 20%.
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A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) emitiu na semana passada a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável, embora condicionada, para a construção do aeroporto no Montijo. O calendário conhecido até ao momento aponta 2022 com o ano em que a infraestrutura aeroportuária na Margem Sul do Tejo começará a operar. A Ryanair, embora salvaguardando que ainda não é a "altura de tomar uma decisão", admite passar a voar para este novo aeroporto sem perder a sua presença na Portela.

"Se o projeto avançar, e [a base aérea do] Montijo se tornar num aeroporto comercial para o qual possamos voar, vamos considerá-lo. A Ryanair, em cidades como Bruxelas, Milão e Roma voa para dois aeroportos", diz ao Dinheiro Vivo Kenny Jacobs, diretor de Marketing (CMO na sigla inglesa) da Ryanair.

"O que tem funcionado para nós, em termos comerciais, nos últimos anos, é voar para dois aeroportos. Não significa que o vamos fazer; sempre fomos apoiantes de o Montijo ser um aeroporto para o qual nós, e outros, possamos voar. Ainda faltam alguns anos [para que esteja pronto a operar]. Quando estiver, certamente que vamos considerar. Gostávamos de voar para o Montijo mas vai depender de qual for o acordo comercial na altura", acrescentou quando questionado sobre a possibilidade de voar apenas para a infraestrutura na Margem Sul.

Em relação à operação em Portugal, onde tem quatro bases aéreas e uma quota de mercado na casa dos 20%, a companhia aérea diz estar "positiva". Notando que o atraso nas entregas dos aviões 737-MAX, fabricados pela americana Boeing, está a provocar uma redução ligeira da atividade em mercados como o espanhol, Kenny Jacobs salienta que esse não é o cenário em solo português, onde acredita que a operação está estável.

No início deste mês, 75 trabalhadores da Ryanair na base de Faro ficaram sem emprego. Foi a solução possível para a manutenção daquela base aérea, numa altura em que a companhia se debate com a falta de resposta da Boeing às várias encomendas de aviões. A transportadora aérea não sabe ainda quando vai começar a receber as aeronaves, e reitera que "a única coisa que nos está a levar a encerrar bases, ou reduzir bases, é o facto de não termos o MAX, quando pensávamos que teríamos".

jornalista do Dinheiro Vivo

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