As últimas notícias das Irmãs Missionárias Combonianas de nacionalidade portuguesa que estão na República Centro-Africana datam de segunda-feira à noite, adiantou à Lusa a irmã Fátima, pertencente à mesma congregação, em Portugal.."Contacto [direto] não conseguimos ter, mas obtivemos [informação] da parte do Vaticano de que elas [as portuguesas] não podem sair de casa e de que a situação é grave. Elas estão bem, mas não podem sair de casa", relatou a religiosa..Na República Centro-Africana, estão "pelo menos três" missionárias portuguesas. "Três ou quatro, mas eu não tenho a certeza se uma está nesse país, se está noutro, porque antigamente estava no Chade", explicou.."Não sei exatamente em que zona estão", lamentou. "Só sabemos que roubam os carros e tudo, roubam o comer e tudo. Isso já faz parte. A gente já sabe que quando assim é [em caso de golpe de Estado], em África é assim. A primeira coisa é roubar os carros", relatou..A irmã Fátima disse ainda saber de um ataque a uma catedral e de um "bispo comboniano espanhol" em risco, mas sem mais detalhes..Do Vaticano, explicou, "não dizem nomes, nem das pessoas que contactaram nem nada, para não serem descobertas, porque, senão, atacam logo"..A Lusa identificou pelo menos mais uma portuguesa, dos Leigos Missionários Combonianos, em Mongoumba, no Sul da República Centro-Africana, que deu notícias à congregação em Lisboa, no domingo, prevendo a pilhagem da missão "de um momento para o outro"..No total, três dezenas de portugueses estão no país, cuja capital, Bangui, foi tomada no domingo pelos rebeldes da coligação Séléka, depois de uma ofensiva de três dias para derrubar o Presidente centro-africano, François Bozizé, que, entretanto, deixou o país e está exilado nos Camarões..Os rebeldes acusam François Bozizé de não respeitar os acordos de paz assinados há dois meses e que preveem um cessar-fogo e um Governo de transição e de unidade nacional..Os acordos estabeleceram ainda que François Bozizé se mantivesse na presidência até ao final do mandato, em 2016, a organização de eleições legislativas após um período de transição de doze meses e a retirada de todas as forças militares estrangeiras da República Centro-Africana, à exceção das Forças Africanas de Interposição (FOMAC).