Misericórdias aceitam hospitais mas exigem 20 milhões
"É com grande alegria que recebemos a notícia da devolução dos hospitais [nacionalizados em 1974] às Misericórdias", mas existe "apenas uma reserva: a situação que vivemos com os cuidados continuados e que o Estado ainda não pagou", frisou Manuel Lemos.
Dos 20 milhões de euros de dívida, 12 dizem respeito ao serviço prestado pelas Misericórdias ao nível dos cuidados continuados, mas existem outros oito milhões que contemplam, por exemplo, os protocolos ao nível das cirurgias, informou o responsável.
"Essa situação é fundamental para retomar o clima de confiança entre o Estado Português e as misericórdias. (...) Como é que se consegue convencer um provedor, que tenha um crédito sobre o Estado pelos cuidados continuados, a aceitar a devolução de um hospital?", questionou o presidente da UMP.
Contudo, acrescentou, há uma indicação recente por parte do Governo "de que estavam em curso alguns pagamentos e que poderão decorrer na próxima semana".
As declarações de Manuel Lemos foram realizadas à margem dos trabalhos da Assembleia Geral da UMP que decorreu em Fátima.
O primeiro-ministro anunciou a 19 de Novembro que o Governo iria, até ao final do primeiro trimestre de 2012, regularizar as dívidas consideradas prioritárias às misericórdias e preparar a devolução de hospitais públicos que pertencem a estas instituições.
As Misericórdias admitem negociar a devolução pelo Estado de 27 hospitais nacionalizados em 1974, mas exigem garantias de não voltam a ficar sem eles e de que os serviços que vão prestar serão pagos a horas pelo poder central.