Ministros dizem poemas no CCB
Os poemas ainda não foram escolhidos, mas a presença está confirmada. Os ministros da Cultura e da Educação vão estar no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, ao lado de poetas, actores e anónimos para celebrar o Dia Mundial da Poesia que se assinala hoje. José António Pinto Ribeiro e Maria de Lurdes Rodrigues não terão tratamento distinto entre todos os que se deslocarem amanhã para ouvir e dizer poesia.
Os dois elementos dos Executivo socialista que confirmaram presença na festa que o CCB preparou, irão dizer poemas escolhidos pelos próprios e podem não ser os únicos governantes a participar num programa "Poesia sem Limite" que os organizadores querem que seja aberto a toda a gente. Augusto Santos Silva, o ministro para os Assuntos Parlamentares, e o próprio primeiro-ministro José Sócrates podem juntar-se aos que se deslocarem a Belém entre o meio-dia e as oito e meia da noite de amanhã.
A iniciativa, a mais ambiciosa entre as que assinalam a data, foi organizada em parceria com o Plano Nacional de Leitura e tem entre os convidados alguns dos poetas mais vendidos em Portugal. Casos de Vasco Graça Moura, Manuel Alegre ou Ana Hatherly (autora da imagem ao lado) que tem na sala Mário Cesariny uma exposição de poesia visual que ficará patente até ao dia 20 de Abril.
Em várias salas e no foyer do CCB irão escutar-se poemas de Herberto Helder, Natália Correia, Al Berto, Sophia de Mello Breyner ditos por Diogo Dória, Suzana Menezes, Beatriz Batarda e Pedro Lamares. A ler os seus próprios poemas estarão Ana Hatherly, Ana Luisa Amaral, Fernando Luís Sampaio, Gastão Cruz, Nuno Júdice, Manuel Alegre, Manuel António Pina, Pedro Tamen, Vasco Graça Moura e Walter Hugo Mãe.
Sem valores que indiquem quanto vende a poesia em Portugal, alguns dos poetas presentes amanhã no CCB estão entre os mais procurados por um público que não é influenciado por esta data para ler poesia, como declarou ao DN Pedro Miguel de Almeida, coordenador das lojas Bertrand. "Os livros de poesia vão-se vendendo quase sempre ao mesmo ritmo ao longo do ano e as encomendas das livrarias fazem-se em função disso", afirmou, acrescentando que este ano houve uma excepção. " Aumentámos as encomendas para a nossa loja do CCB, devido ao programa que a instituição dedica à poesia." Foram encomendados 150 volumes de 30 autores. Pode parecer pouco, mas a poesia não se vende como a ficção. Na Bertrand do Chiado, a loja da cadeia que vende maior volume de poesia, se se escoarem 20 exemplares de um obra num mês "é bom". Comparativamente, um romance sem marketing, vende 30 a 50 exemplares, no mesmo espaço de tempo e o último livro de Miguel Sousa Tavares vendeu, só naquela loja, 300 exemplares em três dias. Muito mais do que Fernando Pessoa ou Sophia de Mello Bryener, os poetas mais vendidos.|