O ministro da Justiça, Alberto Costa, pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) um parecer sobre aspectos duvidosos do processo de construção da nova sede da Polícia Judiciária (PJ) em Caxias, Oeiras. A informação foi anunciada ontem, em Lisboa, num encontro com jornalistas, onde o ministro apresentou a sua equipa. Alberto Costa referiu que "há aspectos" do processo da futura sede da PJ que "suscitam dúvidas" e por isso solicitou um parecer à PGR. .O projecto das novas instalações da Polícia Judiciária em Caxias vai ser discutido hoje numa iniciativa promovida pela comissão "Salvem Caxias", em que participam o advogado José Sá Fernandes e a arquitecta Helena Roseta. A sessão pública, intitulada "A Cidade Judiciária, Escolhas e Cidadania", tem como objectivo esclarecer as pessoas sobre o projecto. .Na sexta-feira, o jornal Público noticiou que a ex-ministra da Justiça, Celeste Cardona tinha avançado com o empreendimento, cujo investimento é estimado em 66,3 milhões de euros, "sem ter obtido as licenças necessárias", nomeadamente municipais e do Ministério do Ambiente. .A polémica em torno da sede da PJ em Caxias começou em Outubro de 2003, depois do Ministério da Justiça ter anunciado a construção de um complexo de 16 edifícios com capacidade para 2100 pessoas, localizado num terreno junto ao hospital-prisão de Caxias..Os moradores criticaram o projecto desde o início, contestando a grande volumetria e a insuficiência da rede de infra-estruturas, e constituíram a comissão Salvem Caxias para continuar com o protesto de forma organizada. Pedro Oom, membro do movimento cívico, afirmou que "o interesse dos cidadãos por estas questões é cada vez menor e é importante que participem", salientando a importância que teve a união dos moradores de Caxias para suspender as obras de construção da sede da Polícia Judiciária naquela vila..A obra, entretanto embargada pelo Tribunal de Sintra, foi concedida "por ajuste directo à empresa Teixeira Duarte", que, segundo o jornal Público, pode vir a pedir uma indemnização de cinco milhões de euros por incumprimento do contrato estabelecido com o Estado e que previa a construção do edifício no prazo de 913 dias.