Ministro de Economia da Itália avisa de que moeda paralela ao euro "é ilegal"
"Seria ilegal e inútil que a Itália emitisse uma nota de pagamento para saldar aos seus credores, porque as regras da moeda europeia são violadas e, além disso, somar-se-ia mais dívida à já existente", disse Tria aos 'media' no Japão, onde está a participar na reunião dos ministros das Finanças do G20 (os países mais industrializados e desenvolvidos do mundo).
Com esta declaração, Tria fecha a porta à hipótese defendida pela Liga de criar uma espécie de "notas promissórias" que serviriam para saldar os pagamentos em atraso da administração pública face aos fornecedores e credores.
Seriam os chamados 'mini-bots' ('vouchers' do Tesouro ordinários ou em italiano Buoni Ordinari del Tesoro), uma espécie de notas promissórias públicas que não seriam colocadas em leilão do Tesouro, mas que teriam valor e não teriam juros nem maturidade.
Os 'mini-bots' seriam uma espécie de 'vouchers', imprimidos em papel, com um valor monetário reduzido (20, 50, 100, 200 euros), circulariam na Itália e permitiriam aos fornecedores e credores cobrar as suas dívidas e fazer pagamentos, por exemplo, em lojas, bares e restaurantes.
O ministro da Economia deixou claro que estes 'mini-bots', na prática, corresponderiam à introdução de uma moeda paralela ao euro, o que é proibido pelos tratados da União Europeia que regulam a moeda única.
A Liga e o Movimento Cinco Estrelas (populista) mantêm um governo de coligação, liderado pelo primeiro-ministro Giuseppe conte.