MINISTRO DA JUSTIÇA

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O homem que apoiou Manuel Alegre nas internas do PS contra o próprio José Sócrates ganha agora um voto de confiança do primeiro-ministro ao ocupar uma das pastas que foi das mais polémicas da legislatura que acaba. De Alberto Martins, que exercia até aqui o cargo de líder da bancada parlamentar, esperam-se soluções mais à esquerda, mas não grandes reformas. Na área da Justiça, estes quatro anos serão de implementação das reformas já iniciadas por Alberto Costa. Alberto Martins é eleito, em 1987, deputado para a bancada socialista como independente. Entra no PS pouco depois pela mão de Vítor Constâncio. Politicamente experiente, o advogado exerceu o cargo de ministro da Reforma do Estado e da Administração Pública no Governo de António Guterres. Mesmo nessa altura - em que o PS já era o da rosa e não do punho cerrado - já era considerado como um símbolo da ala mais à esquerda. Anos antes, já tinha apoiado Jorge Sampaio quando este se candidatou a secretário-geral do PS. Nasceu, coincidentemente, num dia 25 de Abril, mas de 1946, em Guimarães, numa família ligada ao sector têxtil. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi presidente da Associação Académica de Coimbra em 1969 e chegou a ser preso por motivos políticos. O referendo da despenalização do aborto marcou o seu papel como líder da bancada parlamentar.

B Tem 64 anos

B Licenciado em Direito; exerce advocacia

O maior desafio que o titular da pasta terá de enfrentar será o de credibilizar a Justiça. Concretamente, a celeridade processual. Alberto Martins terá ainda de saber discutir a revisão das leis penais, revistas em Setembro de 2007. Um diálogo que terá diversos interlocutores - juízes, procuradores e Polícia Judiciária - e que abrangerá matérias como a prisão preventiva, o segredo de justiça ou ainda o regime de detenção em flagrante delito.

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