MINISTRO DA DEFESA NACIONAL
Augusto Santos Silva parece ter as qualidades que os militares dizem querer na Defesa: peso político, uma personalidade decidida, estar no núcleo duro do primeiro-ministro e líder do partido de Governo. A escolha indicia claramente a vontade de José Sócrates ter alguém que lhe resolva os problemas do sector. Nesse sentido, o novo ministro da Defesa, professor catedrático de Sociologia, parece ser alguém que fará andar as reformas das Forças Armadas (apesar das resistências internas) - defendendo-as também em público, até pelo seu gosto em "malhar" nos adversários. Será coincidência, mas Santos Silva foi o único dos novos ministros a justificar um comentário de Alberto João Jardim, um governante regional que tem tido atritos com a área da Defesa. Peso-pesadíssimo na direcção do PS, Santos Silva integra a "tróica dos Silvas" (com Pedro Silva Pereira e Vieira da Silva), que coadjuva directamente Sócrates na condução política do PS e do Governo. Esteve na primeira linha do combate às oposições na legislatura passada, como ministro dos Assuntos Parlamentares e porta-voz do PS. Natural do Porto, chegou ao PS em 1990, vindo da extrema-esquerda (navegou pelo trotskismo). No congresso do PS de 2004, que elegeu Sócrates, apoiou Manuel Alegre, mas foi rapidamente absorvido pela ala "socrática". Foi muito criticado por ter dito que a sua prioridade política era "malhar" na direita.
B Tem 53 anos
B Licenciado em História, doutorado em Sociologia
A reforma das carreiras é a mais complexa e importante das reformas, estando em causa problemas e distorções que têm minado os recursos humanos das Forças Armadas. Reforçar a imagem e o estatuto socioeconómico dos militares, dialogar com as associações, acelerar a modernização dos ramos (arma ligeira, por exemplo), cuidar da capacidade das FA em atrair voluntários e concluir a reforma da saúde militar são outros desafios.