O ministro dos Assuntos sociais, Win Myat Aye, encontrou-se com cerca de 30 responsáveis comunitários rohingya em Kutupalong, o maior campo de refugiados do mundo, situado na extremidade sul do país e próximo da fronteira com a Birmânia. .Cerca de 700.000 rohingya fugiram da Birmânia desde agosto de 2017 para escapar às violências consideradas pela ONU como uma limpeza étnica promovida pelo exército. .Os líderes rohingya apresentaram ao ministro um comunicado onde se considera que a Birmânia não permanece empenhada no seu regresso às regiões de origem do oeste do país, apesar de Dacca e Naypyidaw terem assinado em novembro um acordo nesse sentido, mas que permanece atualmente bloqueado. ."O exército continua a perseguir a população rohingya em Arakan, existem numerosas restrições para os rohingya que continuam a viver aí", prossegue o texto, que utiliza o nome local do estado birmanês de Rakhine (oeste), onde esta comunidade reside. .Um grupo de refugiados que se tentava manifestar foi impedido de exibir uma faixa que continua diversas reivindicações, indicou Nikaruzzaman, um alto responsável do distrito de Ukhia, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP). .Os rohingya pretendem o reconhecimento dos seus direitos numa Birmânia onde são considerados como imigrantes ilegais provenientes do Bangladesh, e garantias que poderão regressar às suas aldeias. .Syed Ullah, um responsável rohingya que integrava a delegação que se reuniu com o ministro, indicou que o grupo ficou ofendido por terem sido tardados como "bangladeches" pelo responsável birmanês. .Win Myat Aye deverá deslocar-se de seguida a Dacca, para dois dias de reuniões com altos responsáveis do Bangladesh. .O recente êxodo da Birmânia vem juntar-se às centenas de milhares de rohingya que já se encontravam no vizinho Bangladesh na sequência de anteriores vagas de violência, provocando o surgimento de gigantescas cidades de tendas onde existe uma miséria extrema.