Mini Cooper SE: o mais divertido dos pequenos elétricos?

O Mini Cooper SE recebeu um "restyling". O desenho foi simplificado, há novas opções, mais ajudas à condução e maior conetividade. Mas o que interessa saber é se a diversão ao volante se mantém.
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Desde que renasceu no início do século, o novo Mini já comemorou 20 anos, uma longevidade notável para uma evocação do original dos anos 60. O novo Mini já vai na terceira geração, integrado no grupo BMW, uma geração lançada em 2014, que teve um restyling em 2018 e agora outro. O que mudou no Mini?... Não muito, pois os compradores continuam a gostar do desenho.

No geral, o estilo foi simplificado, na grelha, nos para-choques, nos faróis e nas luzes de trás. Há novas jantes, novos retrovisores e uma pintura opcional para o tejadilho com efeito degradê que a Mini chama "multitone". Por dentro, o painel de instrumentos atrás do volante tem 5" e superfície anti-reflexo. O ecrã central tátil é retangular de 8,8" e fica dentro do tradicional círculo gigante que lembra o velocímetro do Mini clássico. Há mais ajudas eletrónicas à condução, maior conetividade e um travão de mão elétrico. Continua a não haver outro modelo com apenas 3,86 metros com um nível de qualidade tão alta.

Desde que foi lançada em 2020, a versão elétrica Cooper SE já vendeu 30 000 unidades. Só no primeiro semestre de 2021 foram 13 454 unidades, 8% de todos os Mini.

Em vez de ter uma bateria plana sob o habitáculo, o Cooper SE tem a bateria de 32,6 kWh (28,9 kWh úteis) disposta em "T" sob o banco traseiro e túnel central. Assim, não rouba espaço ao habitáculo, nem aos 211 litros da mala. Outra vantagem é "puxar" o centro de gravidade 30 mm para baixo, mas a bateria fez o peso subir: face a um Cooper S a gasolina é 145 kg mais pesado. A potência é de 184 cv, com 270 Nm de binário máximo. A Mini anuncia 234 km de autonomia, aceleração 0-100 km/h em 7,3 segundos e 150 km/h de velocidade máxima. A bateria demora 35 minutos a carregar dos 0 aos 80%, num carregador DC de 50 kW e 12 horas para uma carga completa numa tomada AC de 2,3 kW.

Estes são os dados, vamos às impressões de condução. Começando logo pela excelente posição de condução, muito baixa, com o novo volante bem colocado e com amplas regulações. A visibilidade é excelente e o espaço atrás mais que suficiente para dois adultos. Na consola há um botão para escolher entre dois níveis de regeneração, que aplicam muita ou demasiada retenção, assim que se levanta o pé do acelerador. É o efeito "e-pedal" que chega a imobilizar o Mini nos semáforos, mas que exige habituação.

Há vários modos de condução à escolha: Sport/Mid/Green/Green+ e começo pelo último que desliga o A/C e reduz a potência para poupar energia.

Claro que a suspensão é firme, mas não é demasiado desconfortável. A agilidade em cidade é oferta da direção, que não é leve mas é direta e da resposta imediata do motor elétrico. No meu teste de consumos, gastou 12,4 kWh/100 km. Isso equivale a uma autonomia real em cidade de 233 km. Em autoestrada, a 120 km/h, gastou 15,5 kWh/100 km, fazendo a autonomia descer aos 186 km reais. À falta de uma tomada de 2,3 kWh disponível, usei um carregador público DC de 50 kW para carregar a bateria. Em 25 minutos, foi dos 20% aos 80% mas decidi ficar até aos 100% e foram precisas 1h07.

Depois, escolhi o modo de condução Sport e o acelerador ficou logo mais sensível, parece que o Cooper SE ganha um "overboost" elétrico. Quando se acelera a fundo, o Mini avança com decisão, mas não perde tração. A precisão de entrada em curva é excelente. A inclinação lateral em curva é muito reduzida, o que torna a condução envolvente e divertida. A resposta às ordens do condutor é imediata e rigorosa. Só nas travagens mais fortes se nota um pouco o peso, sobretudo em piso imperfeito. Mas uma boa ajuda é deixar o nível de regeneração no máximo, quando se quer guiar mais depressa numa estrada de montanha deserta.

Voltando à cidade, tento responder à questão: a que tipo de utilizador se adapta o Cooper SE? E a resposta parece-me evidente: alguém que aprecia a dinâmica ágil e divertida típica dos Mini, que nada perdeu nesta versão elétrica. Mas é melhor que tenha uma tomada disponível para o deixar a carregar durante a noite, pois a autonomia não é grande.

https://targa67.motor24.pt

Motor: Elétrico, dianteiro.

Bateria de 32,6 kWh (28,9 kWh úteis).

Potência máxima: 184 cv.

Binário máximo: 270 Nm.

Aceleração 0-100 km/h: 7,3 s.

Velocidade máxima: 150 km/h.

Consumo médio: 15,2 kWh/100 km.

Autonomia: 234 km.

Tempo de recarga: 0 a 80% em 35 minutos (carregador DC de 50 kW) ou 12h00 (tomada AC de 2,3 kW).

Bagageira: 211 litros.

Peso: 1440 kg.

Preço: 35 150 euros

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