Milhares em Buenos Aires contra políticas da Organização Mundial do Comércio

Milhares de pessoas marcharam terça-feira pelas ruas de Buenos Aires contra as políticas em debate numa conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que termina hoje na Argentina.
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A manifestação, que juntou centenas de organizações não-governamentais, associações de defesa dos direitos humanos e defensores dos setores da agricultura, pescas e pecuária, contou com a participação de Nora Cortiñas, membro da Linha Fundadora das Mães da Praça de Maio, e de Adolfo Pérez Esquivel, laureado com o prémio Nobel da Paz em 1980.

Ministros de 164 países discutem regras sobre o comércio global no hotel Hilton, situado num dos bairros mais luxuosos de Buenos Aires.

"Estamos a defender a soberania do nosso país, do nosso povo. Não queremos que venham a impor políticas económicas de fome, desocupação e pobreza", explicou Nora Cortiñas à agência Efe.

Luciana Ghiotto, membro da 'Confluência Fora OMC', que convocou a marcha, estimou em mais de 30 mil o número de manifestantes que mostraram "resistência global contra a OMC", sublinhando que a concentração foi bem-sucedida e se desenrolou de forma pacífica.

"Nós estamos aqui para dizer que a OMC vem espoliar os nossos direitos que simplesmente são as regras das grandes empresas que vêm roubar os nossos recursos naturais e tirar-nos os nossos direitos laborais, por isso a OMC tem que ser rejeitada", afirmou Luciana Ghiotto, também citada pela agência de notícias espanhola.

"O povo quer reunir-se para discutir alternativas, quer ver que há uma alternativa. Não se compra o discurso de que não há alternativas ao comércio livre, de que não há alternativas à mercantilização da vida. Queremos uma economia mais justa, um planeta limpo, sem poluição, e que os nossos filhos tenham um planeta justo e sustentável", insistiu a mesma responsável.

Na mesma linha pronunciou-se também Kim Geongryong, um agricultor membro da Liga Coreana de Agricultores: "A OMC defende os benefícios das empresas multinacionais e ignora a vida dos camponeses".

A marcha teve início na central praça do Congresso e terminou na emblemática avenida de Mayo, e foi aplaudida, à sua passagem pela avenida de Corrientes -- que concentra o maior número de teatros de toda a capital -- por dezenas de pessoas.

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