Milhares na última homenagem a Vaclav Havel

Numerosas personalidades juntaram-se hoje aos checos na última homenagem a Vaclav Havel, o antigo presidente e herói da "Revolução de Veludo" anticomunista de 1989, que morreu no domingo aos 75 anos.
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Um milhar de convidados assistiram à cerimónia que incluiu uma missa na catedral de São Vito, no Castelo de Praga. Ao meio dia foi observado um minuto de silêncio e os sinos tocaram nas igrejas.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, esteve presente, assim como a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e o marido Bill Clinton, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, a ex-secretária de Estado norte-americana de origem checa Madeleine Albright e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

Portugal esteve representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.

"Toda a Europa se reúne à volta da memória de Vaclav Havel. Qual é a mensagem deste homem? Ter convicções. Bater-se por elas. Defender o diálogo e o respeito. Olhar o passado e tirar conclusões para o futuro", declarou Sarkozy pouco antes do início da cerimónia.

Na despedida na catedral de São Vito, o presidente checo, Vaclav Klaus, lamentou que tenha partido "o presidente, o homem político, o intelectual e o artista", adiantando que Havel será lembrado "com reconhecimento e respeito".

"Recordo-me como Havel defendeu corajosamente os direitos humanos numa época em que eram sistematicamente negados ao povo do vosso país", declarou o papa Bento XVI numa mensagem lida por Giovanni Coppa, antigo núncio apostólico em Praga.

Vaclav Havel foi "um dos homens mais respeitados do nosso planeta nos últimos vinte anos", declarou Madeleine Albright, amiga pessoal do ex-presidente checo.

A cerimónia na catedral de São Vito foi transmitida em directo pela televisão pública e foram instalados ecrãs gigantes no bairro que rodeia o Castelo, sede oficial da presidência.

Havel conduziu a Checoslováquia na transição do regime de influência soviética para a democracia em 1989, na que ficou conhecida como "Revolução de Veludo".

Tornou-se o décimo presidente da Checoslováquia (1989-1992) e foi o primeiro chefe de Estado da República Checa, o novo país que surgiu depois da separação da Eslováquia em 1993, cargo que ocupou até 2003.

A Eslováquia também observa hoje um dia de luto nacional.

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