Milagres? Nunca ao domingo, dia de descanso
Hoje é 13, sexta-feira, mas vão ver: nada de mau vai acontecer. Tem sido assim, bizarras coisas estão a acontecer. O Sol rodou, em Fátima, um jornal até fez capa. Nas vésperas do 13 de Maio, o Euromilhões, e dos enormes, saiu em Aljustrel, a aldeia dos três pastorinhos. Eu não acredito nas aparições pero que las hay, las hay. O Brasil está em convulsão por causa do compadrio entre política e dinheiro sujo. Então, Dilma, sem processo algum de corrupção, é demitida; e substituem-na por Temer, que tem um processo por desvio de dinheiro público. Eu já deveria ter enchido esta crónica de reticências e pontos de exclamação, sinais do cronista espantado a abrir a boca. Só não o faço por efeito mimético, quero ser esquisito em tempos tão esquisitos. Trump, o candidato intruso no Partido Republicano, sabendo que tem de se fazer aceitar, o que faz? Acaba de dizer que quer aumentar os impostos dos ricos - ao arrepio da tradição conservadora americana. Por falar em tradições americanas, como se chama a sua mais popular cerveja? Budweiser. Errado, chamava-se: vai começar a mudar para a semana e no fim da campanha eleitoral, em novembro, já tem novo nome: America. Até o slogan muda: já não será a "rainha das cervejas", mas E pluribus unum. E era aqui que eu queria chegar: o mundo que continue maluco e cheio de mudança, como tem sido por estes dias todos. Mas, domingo, por favor, descanse. Que seja um dia sem surpresas.