Miguel Díaz-Canel: o engenheiro que nasceu depois da revolução
Miguel Díaz-Canel é o nome de quem todos falam como mais provável novo presidente cubano. Formado em Engenharia Eletrónica, ex-professor universitário, Díaz-Canel pertence à geração que já nasceu após a revolução de 1959. Casado duas vezes, com dois filhos, faz na sexta-feira 58 anos. É membro do Partido Comunista de Cuba desde 1993 e, desde fevereiro 2013, vice-presidente cubano. Desde então que é considerado como o mais óbvio sucessor de Raúl Castro.
Natural de Falcón, em Placetas, na província de Villa Clara, foi aí secretário do Partido Comunista entre 1994 e 2003. Ganhou fama de político de mente aberta pelo seu apoio a um centro cultural frequentado por travestis e pelo seu gosto pela música rock: é um grande fã dos Beatles. Em 2003 foi enviado para a província de Holguín como secretário do partido e, seis anos mais tarde, foi chamado a Havana por Raúl Castro. Foi ministro da Educação, primeiro, vice-presidente em seguida.
A sua fama de moderado esbarrou, no entanto, em 2017, com um vídeo que foi divulgado pelo dissidente Antonio Rodiles. Nele, Díaz-Canel surge numa reunião do partido a criticar os dissidentes, os EUA, os jornalistas independentes, afirmando que ativistas como a blogger Yoani Sánchez são marionetas financiadas pelos EUA. Denunciando teorias da conspiração sobre como os inimigos da revolução tentam infiltrar-se, disse então que Cuba não tem nada a oferecer aos americanos em troca da normalização de relações anunciada por Barack Obama.