Migrações: ONG acusa autoridades de Malta de "campanha" contra salvamentos

A organização não-governamental alemã Sea-Watch acusou hoje as autoridades de Malta de reterem ilegalmente um navio seu e de promoverem uma "campanha política" para travarem os salvamentos marítimos das frotas civis.
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Segundo um comunicado da organização, a embarcação Sea-Watch 3 foi impedida esta manhã de sair do porto da capital maltesa, La Valetta, sem qualquer base legal.

A organização não-governamental (ONG) adianta que o Sea-Watch 3 não está registado como embarcação de recreio, como os navios Lifeline e Seefuchs [também de ONG alemãs], e sim no registo marítimo real holandês, estando por isso totalmente autorizado a usar pavilhão holandês.

"A falta de autorização para navegar em Malta não é uma questão de registo, mas uma campanha política para impedir o resgate civil no mar", denuncia a Sea-Watch, que tem a sua base de operações em Malta.

A ONG relaciona ainda o balanço mortal dos últimos dias no Mediterrâneo com a retenção dos navios que se dedicam ao resgate.

Segundo a Organização Internacional das Migrações (OIM), 204 migrantes perderam a vida entre sexta-feira e domingo ao largo da Líbia, elevando o número total de afogamentos de migrantes em todo o Mediterrâneo este ano para mais de 1.000 pessoas.

"De momento não há nenhum navio de resgate adequado na área de operação, apesar de o Sea-Watch 3 estar bem equipado e pronto para zarpar", salienta a Sea-Watch, instando o governo maltês a deixar de impedir a ação dos navios quando há vidas humanas em risco.

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