Metro e Lisboa Gás não assumem responsabilidades
Ana Mafalda Inácio*
O Metropolitano de Lisboa e a Lisboa Gás não assumem a responsabilidade do incêndio que deflagrou, no sábado à noite, numa conduta de gás situada nos estaleiros da obra do Metro na zona do Saldanha. As duas empresas argumentam não haver até agora indícios de qualquer falha da sua parte que tenha conduzido ao acidente do fim-de-semana. E ambas aguardam os relatórios de perícia das empresas seguradoras.
O presidente do Conselho de Administração do Metropolitano disse ao DN que a única situação que os envolve no incêndio tem a ver apenas com o facto de a conduta de gás que entrou em combustão se encontrar no perímetro do estaleiro da obra do Saldanha. Segundo Mineiro Aires, "as obras naquela conduta estão a ser feitas por um empreiteiro indicado pela Lisboa Gás e toda a intervenção tem sido fiscalizada por esta empresa", explicou. Acrescentando: "Aquilo que sabemos é que o empreiteiro indicado pela Lisboa Gás esteve a mexer na conduta até às 16.00 de sábado e à noite ela entrou em combustão sem se saber porquê. Por isso, há que aguardar os relatórios de perícia das empresas seguradoras. Mas, até agora, nada há que nos associe à falha que possa ter originado o incêndio. "
O presidente do Metropolitano admitiu que a empresa se tem envolvido neste processo porque "alguém tem que dar a cara e falar com as pessoas. É preciso saber como a situação está a ser resolvida". Mineiro Aires referiu ainda que o plano da obra teve aprovação do Batalhão de Sapadores de Bombeiros, havendo, por isso, acessos próprios para estes profissionais. "Por isso, é que o caso foi bem controlado e não aconteceu nada de mais grave", disse.
Da parte da Lisboa Gás, o porta--voz Miguel Tomé, disse também à Lusa "não haver qualquer indício de falha por parte da empresa. O tubo onde se verificou a ruptura era novo e estava bem acondicionado". Miguel Tomé referiu que a situação já foi analisada pelos técnicos da empresa de distribuição de gás, tendo sido detectado que "houve qualquer agressão ao tubo que não sabemos de onde vem". O DN tentou contactar a Lisboa Gás ontem à tarde, mas tal já não foi possível.
Recorde-se que o incêndio deflagrou na noite de sábado e que as chamas chegaram a atingir três metros de altura, o que levou à evacuação dos habitantes de um dos prédios mais próximos do local, por questões de segurança. O fornecimento de gás acabou por ser reposto no domingo por volta das 15.30.
*Com Agência Lusa