Metro de Nova Iorque com reforço policial

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"Se vou cometer um erro, posso assegurar-vos que será por ser demasiado cauteloso", dizia ontem à tarde o mayor de Nova Iorque, Michael Bloomberg, sobre o alerta para a possibilidade de atentados bombistas contra o sistema de metropolitano da cidade.

Desde a noite de quinta-feira que a segurança policial foi reforçada em Nova Iorque, com mais agentes armados e à paisana nos trasnportes públicos. O alarme fora dado por Bloomberg anteontem, ao fim da tarde havia informações credíveis de estarem a ser preparados para os próximos dias atentados com malas-bomba contra o sistema de metropolitano de Nova Iorque.

Mais tarde soube-se que a informação provinha do Iraque, onde um raide da CIA e outras agências de segurança contra uma casa da Al-Qaeda em Musayyib, a sul de Bagdad, detectara três operacionais. Um fugiu e dois foram presos, tendo um destes dito ao ser detido "Já não nos podem parar, é demasiado tarde."

Em Washington, a "comunidade das informações e serviços secretos" dizia que a informação não era credível e que não haveria perigo. Em Nova Iorque, o FBI considerava o contrário havia perigo, haveria talvez 19 operacionais já infiltrados nos Estados Unidos.

Explicando a diferença de opiniões, Michael Bloomberg dizia ontem que a polícia de Nova Iorque tem o seu próprio serviço de informações - "com agentes no estrangeiro" - e que as agências de informações em Washington tinham "outras informações e objectivos". Porém, o dele consistia em "proteger os habitantes da cidade".

Ao fim da manhã de ontem, a ABC News confirmava as informações de que os dois operacionais presos no Iraque teriam sido submetidos a testes poligráficos e que, embora tendo falhado noutras afirmações feitas antes, confirmavam o plano de atentados contra Nova Iorque. E acrescentava que um dos detidos estaria nos Estados Unidos.

O movimento na rede de metropolitano de Nova Iorque, que serve 4,5 milhões de passageiros por dia, era ontem normal. Passageiros entrevistados diziam que não era uma ameaça que os ia fazer mudar de hábitos, até porque o metro é o mais barato e eficiente sistema de transportes públicos na cidade.

Como habitualmente, Michael Bloomberg apanhou de manhã o metro da linha verde para ir de casa para a sede da câmara municipal, conversando com alguns passageiros que já estão habituados a vê-lo nas carruagens àquela hora.

Até ao princípio da tarde tinham-se registado dois alarmes falsos. Um saco de plástico deixado numa carruagem obrigou ao fecho de uma estação durante uma meia-hora, enquanto uma lata de refrigerante (com um líquido verde) abandonada numa plataforma da Penn Station, que fica por debaixo do Madison Square Garden, levou a que um dos terminais fosse encerrado enquanto polícias vestidos com fatos especiais analisavam o seu conteúdo.

Karl Rove depõe pela quarta vez

Duas horas e 25 minutos antes do flash noticioso sobre a conferência de imprensa do mayor de Nova Iorque por ameaças ao metro, a mesma AP dera uma notícia "bombástica" o principal conselheiro do Presidente Bush "vai prestar um depoimento adicional sem garantias de que não será indiciado", no âmbito da investigação criminal sobre a revelação da identidade da agente da CIA Valerie Plame por fontes da Casa Branca. O New York Times diz que a 4.ª presença de Karl Rove perante um grande júri federal é "arriscada", por poder prestar declarações contraditórias. M. C. F.

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