Blomdahl, Jaspers, Merckx, Caudron… Eles são os mestres das carambolas e até domingo estão em Matosinhos na etapa portuguesa da Taça do Mundo de bilhar às três tabelas, que pelo quarto ano consecutivo se disputa no Centro de Congressos e Desportos da cidade, numa organização conjunta entre FC Porto e Leixões. "Os cinquenta melhores jogadores do mundo estão cá", sublinha Rui Costa, director da prova e responsável pela secção de bilhar do Leixões, que releva ainda o facto de se terem esgotado as inscrições em poucos dias e de serem esperados mais de 20 mil espectadores durante os dias de competição. .O maior evento de bilhar alguma vez organizado em Portugal conta com 300 participantes, metade deles portugueses, que disputaram a fase de qualificação para o quadro final na última semana. Hoje decorre no Dragão Caixa a cerimónia de abertura da competição e o sorteio do quadro principal, sendo que os grandes nomes da competição entrarão já amanhã em acção. .Há representantes de 22 países, com particular destaque para as comitivas espanhola, italiana e belga, mas também para contingentes inesperados como a Coreia do Sul, que traz oito praticantes a Matosinhos, onde o bilhar tem crescido em termos de popularidade. "Há grandes bolsas da modalidade fora do continente europeu, como são os casos da Colômbia, do Japão ou da Coreia do Sul, onde a modalidade é muito acarinhada. Há muitos clubes em Seul e centenas de milhares de praticantes federados", sublinha Alípio Jorge, director da secção de bilhar do FC Porto, que lamenta, em todo o caso, a falta de apoios da tutela a esta, que é uma das seis etapas da Taça do Mundo, que prestigia o País em termos internacionais. "Por estes dias, Matosinhos está cheia de delegações estrangeiras e, que eu saiba, Matosinhos é Portugal… Temos apenas um apoio simbólico do Instituto do Desporto de Portugal… Não queremos ser dependentes de subsídios, mas sentimo-nos desamparados, até porque o bilhar é uma modalidade de raiz popular e muito querida em Portugal, havendo mais de 500 mil pessoas que o praticam", argumenta Alípio Jorge, para quem seria importante encontrar um mecenas para organizar um Campeonato do Mundo em Portugal, um sonho antigo e que poderá ser concretizado em breve. Rui Costa salienta que "é complicado reunir verbas para organizar uma prova dessa envergadura, atendendo até ao momento de crise", em todo o caso, Alípio Jorge revela que um Campeonato do Mundo "está a caminho": "Somos candidatos a essa organização e todos os anos a Federação Inter- nacional atribui a Portugal uma prova importante. Será portanto uma questão de tempo até o conseguirmos."