Messe dos Militares de Lagos alienada por decisão do Governo

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O edifício da Messe dos Militares de Lagos, onde funcionava uma residencial, na Avenida dos Descobrimentos, vai ser desafectado do domínio público por decisão do Conselho de Ministros, publicada no Diário da República n.º 11/2007, de 22 de Janeiro.

Segundo apurou o DN junto de empresários, a venda daquele imóvel, com quatro pisos e localizado numa zona comercial e de serviços, perto da gare rodoviária da cidade, poderá render ao Estado mais de três milhões de euros.

A unidade designada por Messe das Descobertas, situada na Avenida dos Descobrimentos, em frente à ponte levadiça de acesso à marina, contava com mais de meia centena de quartos, um bar, uma sala de estar e de pequenos-almoços.

As instalações serviram, durante cerca de 30 anos, de alojamento de férias a militares e às suas famílias, sobretudo no Verão, na Páscoa e na quadra natalícia até à passagem de ano. Este complexo já tinha anteriormente funcionado como bloco de apartamentos e residencial, então a cargo de privados.

O presidente da Câmara Municipal de Lagos, Júlio Barroso, em declarações ao DN, classificou a alienação da Messe dos Militares apenas como um "acto de gestão absolutamente normal" por parte do Governo, "certamente para obter recursos financeiros para coisas mais importantes para a vida do Estado".

Autarca quer campismo

O autarca de Lagos aproveitou ainda para lançar um repto aos governantes no sentido de ser também desafectado da servidão militar o parque de campismo, que tem uma localização privilegiada, junto à marginal, numa zona de muralhas e próximo de várias praias da cidade.

É que, na perspectiva de Júlio Barroso, a venda desse espaço poderia dar lugar à construção de um "hotel de excelente condição, com espaços verdes, estacionamento e comércio de qualidade, num intercâmbio de interesses públicos e privados para benefício de Lagos".

Júlio Barroso considera que "já tem pouco significado, ou nenhum", que aquele parque de campismo, existente há mais de 30 anos, continue a ser uma área militar. "Num diálogo com a autarquia e com um enquadramento do território, devia ser aberto à sociedade civil", defende.

"Sem pretender afastar os senhores militares de um sítio de que eles gostam muito, poderíamos eventualmente encontrar uma outra alternativa para que possam montar as tendas e estacionar as caravanas", refere o autarca de Lagos.

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