Engenharia Aeroespacial no Minho tem a média mais alta. Veja as listas de colocados
Houve menos alunos colocados na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior de 2023. Ao todo, foram colocados 49.438 estudantes - menos 0,7% do que há um ano, na mesma fase do concurso. Mas, este ano, houve também menos candidatos. A informação é da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES). As listas de acesso podem ser consultadas AQUI.
Depois do número máximo de colocados, em 2020, os números divulgados este domingo confirmam aquilo que se verificou o ano passado: uma diminuição nas admissões. Com 49.438 admitidos, isto representa, também, uma taxa de colocação de 84%. Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, este valor é um aumento de três pontos percentuais em relação a 2022. Há, agora, 5.212 vagas sobrantes para a segunda fase do concurso.
Em 2022, houve 61.507 candidatos a cursos em universidades portuguesas. Este ano, esse número ficou pelos 59.073. O valor mais alto de sempre registou-se em 2021, com 64.004 candidatos.
Ainda de acordo com a informação divulgada pelo ministério, mais de metade dos candidatos (56%) foram colocados na sua primeira opção e 87% numa das três primeiras opções. Estes são, diz o Governo, "os valores mais elevados dos últimos anos e um dos fatores mais relevantes para o sucesso académico".
Numa altura em que as carências de professores são cada vez mais visíveis, o ministério tutelado por Elvira Fortunato destaca também outro dado: houve um aumento de 21% (em relação a 2022) de estudantes colocados em licenciaturas de Educação Básica. Com 923 novos estudantes, isto representa uma taxa de ocupação de vagas de 97%.
Já em Medicina -- outra área em que as carências têm vindo a ser denunciadas pelas estruturas do setor --, foram admitidos 1595 estudantes. É "o maior número de sempre", argumenta o Governo, apontando que se registaram mais "51 colocados face ao ano passado em resultado do acréscimo de vagas sobrantes dos concursos especiais de ingresso em medicina para licenciados".
Nos dados divulgados pelo ministério, há ainda a destacar que o curso "campeão" deste anos é Engenharia Aeroespacial, na Universidade do Minho, que tem o último colocado com a média mais alta do país: 188,6 valores. Isto significa que o curso de Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto, passou para segundo lugar (o ano passado liderava o ranking), com 186,8 valores de média do último colocado.
Apesar disso, a Universidade do Porto é, no entanto, a instituição de ensino com as médias mais altas. Ao todo, tem seis cursos no top 10 das médias: Medicina (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar), Engenharia e Estratégia Industrial, Arquitetura, Bioengenharia, Medicina (Faculdade de Medicina) e Línguas e Relações Internacionais.
Os restantes lugares são ocupados pelas universidades do Minho (Engenharia Aeroespacial e Medicina), Aveiro (Engenharia Aeroespacial) e Lisboa (Engenharia Aeroespacial).
Mas se os 10 cursos com a média mais alta estão em grandes centros urbanos, em sentido contrário, o interior é onde estão aqueles com as notas de entrada mais baixas -- todos com 95 valores. São eles: Enologia (na Universidade de Évora); Ciência e Tecnologia dos Alimentos (Instituto Politécnico de Beja); Gestão dos Negócios Internacionais (Instituto Politécnico de Bragança) e Secretariado (Instituto Politécnico de Castelo Branco).
Olhando para os dados da DGES, é possível perceber, também, que o número de cursos sem qualquer colocado aumentou. São mais 11 cursos do que no ano passado a não terem qualquer admissão. Em comparação com o ano passado, há agora 37 licenciaturas sem nenhuma colocação.
Destes 37 cursos, cinco são em três universidades (Beira Interior, Madeira e Algarve) e os restantes em dez politécnicos (Beja, Bragança, Castelo Branco, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viseu e Tomar).