Menina atropelada fatalmente por vizinho

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População de Torrados queixa-se de falta de passadeiras

Uma criança de 12 anos morreu, ontem, na sequência de um atropelamento à porta de sua casa, em Torrados, Felgueiras. O acidente ocorreu numa recta na qual são frequentes os acidentes e onde, há anos, uma outra adolescente já tinha morrido atropelada. O último de quatro acidentes mortais aconteceu há dois anos.

Sónia Catarina Moura foi abalroada por um vizinho quando chegava do treino de atletismo, modalidade que praticava há ano e meio. A menina ainda resistiu mais de 24 horas, período durante o qual esteve internada no Hospital S. João, no Porto, mas os graves ferimentos provocados pelo embate do carro, na quarta-feira à noite, revelaram-se fatais.

Foi nesse dia, por volta das 21.30, quando estava a atravessar a estrada, que Sónia Catarina foi colhida por um Renault Clio conduzido por um homem de 31 anos e residente também na freguesia de Torrados. A rapariga tinha, segundos antes, sido deixada em frente à porta de casa pelo treinador da União Desportiva da Várzea, clube no qual praticava atletismo. "O primo, Flávio João, também de 12 anos e que vinha com ela na carrinha, ainda tentou impedi-la de atravessar, mas não conseguiu. Ele foi a única pessoa que viu tudo", contou António Ribeiro, tio da vítima, na casa da família de Sónia Catarina, onde o pai Joaquim Moura, 40 anos, estava em estado de choque.

A consternação era geral entre a população da pequena freguesia de Felgueiras, sobretudo, pela falta de condições para os peões existentes na estrada onde a jovem perdeu a vida. "São mais de 500 metros de recta e não existe um único passeio, nem uma única lomba para os carros abrandarem. As pessoas são obrigadas a caminhar no meio da estrada", queixou-se um dos populares.

O atropelamento de quarta-feira não foi o único acidente grave naquele local. Já há 17 anos uma outra adolescente morreu ali e há dois anos uma mulher perdeu a vida. "A estrada é estreita e muitas vezes as pessoas não conseguem evitar levar com os espelhos dos carros no braço", referiu António Ribeiro, lembrando que aquela via é o único caminho para a igreja e escola.

Sónia Catarina foi a última vítima mortal. Aos 12 anos, correu oficialmente, como recorda Joaquim Machado, presidente da União Desportiva de Várzea, no penúltimo fim-de-semana, em Paredes, onde alcançou o terceiro lugar em infantis no Campeonato Regional de Atletismo.

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