Memórias e fantasmas da música rock

A música está na atualidade cinematográfica: <em>Amy</em>, de Asif Kapadia, é um vibrante retrato documental do mundo atribulado de Amy Winehouse, enquanto <em>A Força de Um Génio</em>, de Bill Pohlad, revisita a música e os dramas de Brian Wilson.
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Há quase 60 anos, Elvis Presley estreava-se no cinema como estrela de um western recheado de canções cujo título retomava, aliás, um dos seus maiores sucessos: Love Me Tender (1956), dirigido por Robert D. Webb, pode ser considerado o prólogo das multifacetadas relações entre o mundo dos filmes e a paisagem imensa do rock. O acontecimento envolvia mesmo qualquer coisa de predestinação, consagrada numa emblemática frase promocional: "O Sr. Rock"n"roll nasceu para interpretar esta história".

A estreia de Love & Mercy/A Força de um Génio, de Bill Pohlad, constitui um dos mais recentes capítulos dessa saga cinema/música, tanto mais significativo quanto estamos perante um filme que aposta em revisitar a personagem de Brian Wilson muito para além de qualquer cliché biográfico.

Escusado será dizer que há muito se desvaneceram as ilusões românticas que Presley encarnava (mesmo contra sua vontade, já que nunca escondeu uma enorme insatisfação com a maior parte dos filmes que protagonizou). A história da música popular passou a ser um labirinto de coisas contraditórias, como se cada momento de euforia atraísse um fantasma fúnebre.

No limite, parece haver mesmo maldições instaladas, como a dessa impressionante galeria de figuras que morreram aos 27 anos: Brian Jones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain, Amy Winehouse... Esta última é agora tema de um notável documentário, realizado por Asif Kapadia e intitulado apenas Amy (estreia quinta-feira).

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