Melo junta-se ao CDS/Madeira para a rentrée e pedirá mobilização

O peso do partido na Madeira leva o presidente do CDS a apostar na festa de Chão de Louros. Antes, Melo vai encerrar a Escola de Quadros, onde falarão Portas, Cristas e Monteiro.
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O CDS, já com os olhos postos nas próximas eleições regionais da Madeira de 2023, faz a sua rentrée política no dia 5 na região autónoma. Nuno Melo junta-se aos centristas madeirenses, que fazem parte do governo regional, na festa de Chão de Louros.

"Numa altura em que o CDS passa por tantas dificuldades e não tem grupo parlamentar, é muito importante estar junto das pessoas e do eleitorado", afirma ao DN o líder centrista a justificar esta opção pela Madeira, onde o partido ainda tem muita vitalidade e centenas de militantes que participam na festa.

Um dia antes desta iniciativa, Nuno Melo encerra a Escola de Quadros do CDS, que decorre entre 1 e 4 de setembro, em Espinho (Aveiro). Uma edição, como habitualmente, organizada pela Juventude Centrista, que conta com muitas das figuras gradas do partido, a começar por três ex-presidentes, que vão discursar.

Paulo Portas falará de geopolítica, por transmissão vídeo, já que está no estrangeiro; Assunção Cristas falará da "margem direita da sustentabilidade" e Manuel Monteiro dissertará sobre "o dia depois do amanhã da direita".

Com o lema Tempo de regressar, a edição deste ano da escola de deverá contar com "cerca de 80" jovens para formação política, à semelhança do que acontece com a Universidade de Verão do PSD.

Já o painel "Portugal: Condenados a ser remediados?" vai ter como oradores o antigo secretário de Estado e deputado do CDS-PP Adolfo Mesquita Nunes - que se desfiliou do CDS em rota de colisão com direção de Francisco Rodrigues dos Santos e anunciou que iria votar Iniciativa Liberal nas últimas legislativas - e o deputado do PS Sérgio Sousa Pinto.

Segundo informação transmitida à Lusa por fonte oficial da Juventude Popular (JP), também o deputado e ex-líder da Iniciativa Liberal Carlos Guimarães Pinto vai marcar presença na escola de quadros do CDS-PP.

O ex-deputado João Almeida e o antigo ministro e atual presidente do Conselho Nacional do CDS-PP, Pedro Mota Soares, ambos ex-presidentes da JP, vão encontrar-se no painel "48 anos completamente soltos".

António Lobo Xavier, antigo deputado e membro do Conselho de Estado, e a ex-deputada e secretária de Estado Cecília Meireles vão partilhar o painel "Fazer o país que tem razão".

O programa da edição deste ano da escola de quadros conta também com intervenções da antiga ministra Margarida Mano, do investigador e candidato às eleições europeias de 2019 na lista do CDS-PP Vasco Becker-Weinberg, da antiga deputada centrista Vera Henriques e do consultor Diogo Belford Henriques.

Haverá ainda um painel sobre saúde, em que participarão o antigo ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes, do primeiro governo de António Costa, e o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.

O presidente da Juventude Popular, Francisco Camacho, considerou no comunicado de divulgação do programa, que a escola de quadros deste ano é "uma das mais promissoras de sempre", conta "pesos pesados", figuras "com elevado conteúdo para formar as novas gerações".

"Ouvimos o que os nossos militantes nos foram dizendo, que personalidades gostavam de ouvir, e tentámos, em conjunto com o partido, fazer o melhor trabalho possível para as juntar", indica Camacho, que considera que este "será um bom momento" para a "revitalização do partido".

Seja em Espinho ou na Madeira, Nuno Melo vai centrar o seu discurso num apelo ao partido para que se mobilize. "É necessário focar o partido e mobilizar as pessoas para uma tarefa que é muito difícil, dadas as circunstâncias", afirma ao DN. E são elas as de ter perdido o lugar no Parlamento e de, fruto disso, enfrentar dificuldades económicas e ter falta de palco mediático. "O nosso grande talento são as pessoas, os nossos quadros, como se vê pelas participações na escola, e é através delas que podemos voltar a ligar o partido aos eleitores".

Nuno Melo diz que fará ainda um diagnóstico da atual situação política, das "trapalhadas" de "um governo incompetente", mas que "consegue ainda aparecer bem nas sondagens".

"É um governo que encontrou um modelo económico que reforça as dependências em relação ao Estado, com cada vez menos pessoas a pagar impostos e as que pagam, pagam cada vez mais. É um ciclo de pobreza, que gera dependências e fidelidades", assegura o líder do CDS.

Para o espaço de direita em que se posiciona o seu partido ter "crescimento nas urnas" é preciso "acabar com esta dependência das pessoas do Estado e colocar o país a crescer".

No ano passado, a escola de quatros realizou-se entre 22 e 24 de outubro, em Portimão e teve a participação do então líder centrista Francisco Rodrigues dos Santos e Nuno Melo, que fez a intervenção inaugural, sem que nunca se tenham cruzado.

paulasa@dn.pt

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