Meia centena de trabalhadores da FNAC protesta em Lisboa por melhores condições

Cerca de meia centena de trabalhadores da FNAC manifestaram-se hoje à porta da sede, em Lisboa, para reivindicar "aumentos de salários" e "horários humanizados", numa ação de protesto que inclui greve em todas as lojas.
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Empunhando cartazes onde se lia "Trabalhadores da FNAC exigem: aumentos salariais para todos já" ou "Trabalhadores da FNAC exigem: horários humanizados", cerca de meia centena de funcionários concentraram-se à porta da sede da FNAC em Lisboa, nas Amoreiras, cerca das 11:00, para manifestar a sua luta "contra a precariedade, pelo aumento dos salários e por horários regulados".

"Estamos aqui a protestar contra a postura da empresa perante as nossas reivindicações: aumentos de salários, estão congelados há quase 10 anos, horários humanizados, temos horários completamente desregulados, o pagamento do trabalho suplementar e os 25 dias de férias", disse aos jornalistas o dirigente sindical Álvaro Gonçalves.

"Temos tido contacto com a empresa", afirmou, adiantando que este ano já houve três reuniões com a direção da FNAC, uma em 17 de outubro e outra no dia 09 de novembro.

"A resposta da empresa é sempre a mesma: 'Vamos ver, vamos tentar, a empresa não pode'", disse o dirigente sindical.

Todas as lojas da cadeia de retalho de bens culturais, tecnológicos e lazer estão "hoje em greve, temos trabalhadores em todas as lojas a fazer greve, inclusivamente no armazém de Alverca", prosseguiu, referindo que só na parte da tarde é que haverá dados sobre a adesão à paralisação.

Álvaro Gonçalves disse que a empresa recebeu o caderno reivindicativo no dia 17 de outubro e acrescentou que o único ponto "positivo" é que a FNAC vai "tentar ver os horários a partir de fevereiro".

No entanto, "como recebemos horários com 40 dias de antecedência, vimos que os de janeiro estão na mesma".

A FNAC também ofereceu dois dias de férias com majoração, mas segundo o sindicalista isso não é suficiente, já que se um trabalhador tiver de faltar por morte de um familiar, como é o seu caso, perde direito aos mesmos.

O PCP marcou presença no protesto através da deputada Ana Mesquita.

"Temos acompanhado a luta dos trabalhadores da FNAC em defesa da contratação coletiva e também por melhores salários", disse, em declarações à Lusa, a deputada.

"Sabemos também que há um problema muito grande em termos de horários de trabalho, os trabalhadores relatam que há uma carga muito grande, pressão para vender mais, dificuldade de articulação vida profissional e pessoal e não se sentem valorizados por não haver aumentos de salários", acrescentou.

Por isso, o PCP veio "solidarizar-se" com os trabalhadores na luta pelo direito a melhores condições de trabalho e salários.

Isto porque "há pouco salário para tanto mês", sublinhou a deputada, acrescentando que "é muito legítima esta luta" que os trabalhadores da FNAC "estão a desenvolver hoje".

O protesto foi promovido pelo CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal.

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