Meghan Markle. Atriz, americana, divorciada, humanitária e agora princesa

O príncipe Harry, quinto na linha de sucessão ao trono britânico, casa-se com Meghan Markle na próxima primavera. Trabalho humanitário é algo que têm em comum
Publicado a
Atualizado a

Atriz, norte-americana, mulata, católica, divorciada, humanitária e, a partir da primavera do próximo ano, princesa. Após meses de especulação, o príncipe Harry, de 33 anos, quinto na linha de sucessão ao trono britânico, anunciou o noivado com Meghan Markle, de 36 anos, que conheceu em julho de 2016. "O facto de me ter apaixonado pela Meghan tão rapidamente foi para mim a confirmação de que todas as estrelas estavam alinhadas, tudo era perfeito", disse o neto de Isabel II numa entrevista à BBC.

Como num moderno conto de fadas, o casal conheceu-se através de uma amiga num "encontro às cegas" - Harry nunca tinha visto a série Suits, onde Markle fazia o papel da técnica jurídica Rachel, e a atriz "não sabia muito" do filho mais novo do príncipe Carlos e de Diana e só perguntou se ele era "simpático". Poucas semanas depois, acampavam sob as estrelas no Botswana.

O pedido de casamento foi no início deste mês, quando preparavam o jantar no chalé Nottingham, no Palácio de Kensington, onde vivem. "Foi uma surpresa incrível. Foi tão doce, e natural e muito romântico. Ele ajoelhou-se", disse Markle na mesma entrevista. Caso a Rainha não conceda um título a Harry - suspeita-se que poderá vir a ser duque de Sussex - será conhecida como Sua Alteza Real, Princesa Henry de Gales.

Markle nasceu em Los Angeles e é filha do ex-diretor de iluminação de Hollywood Thomas Markle (vencedor de um Emmy) e da antiga professora de ioga e assistente social, a afro-americana Doria Ragland (descendente de escravos). O casal divorciou-se quando a filha tinha 6 anos, sendo que a atriz tem uma irmã e um irmão mais velhos, fruto do primeiro casamento do pai.

A questão racial marcou as primeiras notícias sobre o namoro, com Markle a falar no comportamento "discriminatório" por parte de alguns media. "No fim de tudo, tenho orgulho em quem sou e de onde vim", disse, explicando que "não fazia ideia do que seria" a pressão mediática a que estariam sujeitos. Segundo Markle, havia o equívoco de que, por ser atriz, estaria acostumada a estar no centro das atenções.

A cobertura mediática foi tal que, há um ano, no comunicado em que confirmava o namoro, o príncipe criticava a perseguição dos media - um tema sensível dado o facto de a mãe de Harry, a princesa Diana, ter morrido num acidente de carro em Paris, há 20 anos, quando era perseguida pelos papparazzi. O anel de noivado, desenhado pelo príncipe, inclui dois diamantes da coleção da mãe e um terceiro do Botswana.

Até 2015, quando foi alterada a lei, Harry seria obrigado a deixar a linha de sucessão (será o sexto quando nascer o terceiro filho do irmão, o príncipe William) já que Markle é católica. Isabel II é a líder da Igreja Anglicana e as regras diziam que um membro da família real não podia casar com alguém de outra confissão religiosa. A atriz estudou num colégio privado católico antes de tirar o curso de Comunicação, na Universidade de Norhwestern.

Numa família real onde há vários divórcios (incluindo do príncipe Carlos), o facto de Markle ser divorciada não tem qualquer impacto. A atriz casou em 2011 com o produtor Trevor Engelson, divorciando-se dois anos depois por "diferenças irreconciliáveis". No passado, outra americana divorciada obrigou um rei britânico a abandonar o trono: Eduardo VIII abdicou em 1939 a favor do irmão, Jorge VI (pai de Isabel II), para casar com Wallis Simpson.

Deixando a carreira de atriz, Markle diz não sentir que esteja a "abdicar de nada" mas a começar "novo capítulo". O casal tem em comum o trabalho humanitário. Ela é embaixadora global para a World Vision Canada, que faz campanha por melhor educação, alimentação e saúde para as crianças, além de ser ativista da ONU Mulher. "Sei que ela vai ser incrivelmente boa na parte do trabalho também", disse o príncipe, que se dedica às questões de saúde mental, trabalho com veteranos - depois de servir dez anos no exército e feito duas comissões no Afeganistão - e na luta contra a sida.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt