McGregor sai da reforma para bater Cerrone em 40 segundos e é desafiado por Mayweather
Donald 'Comboy' Cerrone só durou 40 segundos no octógono. Foi esse o tempo do combate que marcou o regresso de Conor McGregor à UFC, onde não competia deste outubro de 2018, quando foi derrotado por Khabib Nurmagomedov. Essa derrota deixou marcas e levou o irlandês a anunciar a reforma antecipada. Um ano e três meses depois aceitou voltar para combater com Cerrone, que nem um minuto aguentou.
Um pouco ortodoxo ataque com o ombro que colocou o adversário a sangrar logo nos primeiros segundos, um pontapé foram o suficiente para colocar o lutador com mais vitórias na competição em dificuldades. McGregor fechou o combate vencendo por TKO. "Nunca tinha visto nada assim. Partiu-me o nariz e começou a sangrar. Dei um passo atrás e deu-me um pontapé na cabeça", relatou Cerrone no final.
Já o irlandês foi efusivo nas declarações. "Eu fiz história esta noite, construí mais um novo recorde. Eu sou o primeiro lutador na história do UFC a nocautear no peso pena, peso leve e agora no peso meio-médio. Estou muito orgulhoso disso", disse perante os aplausos dos adeptos num ginásio cheio de lutadores, a quem desafiou: "Qualquer um desses idiotas pode vir aqui se quiser."
Após o combate, Floyd Mayweather publicou no Instagram uma montagem a anunciar um próximo duelo com McGregor já este ano...
Habituado a ser alvo de bullying de rufias maiores do ele em Crumlin, nos subúrbios de Dublin, cedo sentiu na pele que o caminho o levaria às lutas e às artes marciais. Foi uma sova apanhada aos 11 anos que o fez ter a certeza do caminho que queria seguir e que o levou a ser a primeira superestrela planetária de MMA (artes marciais mistas).
Uma história de sucesso que destapou também uma personagem excessiva, habituado a respirar polémicas no dia-a-dia. Como aquela que surgiu algumas horas depois de anunciar o ponto final na carreira. Segundo o The New York Times, McGregor estava a ser investigado por alegada violação, em Dublin. Muitos questionaram se seria esse o motivo do adeus prematuro, mas outros olharam para a notícia como apenas mais uma de muitas polémicas que protagonizou.
Antes de sair de cena como um dos atletas mais bem pagos do mundo, com um valor anual estimado em cem milhões de dólares - o que lhe valia o 12.º lugar na lista dos desportistas mais ricos organizada pela revista Forbes em 2018, o irlandês fez história na modalidade ajudou a tornar a UFC (Ultimate Fight Championship) uma das organizações mais rentáveis dos desportos de combate. Um sucesso difícil de projetar por quem ainda em abril de 2013, antes do seu primeiro combate na UFC, esperava na fila dos correios, em Tower Road, para levantar o cheque de quase 200 euros de rendimento social.