Matosinhos lança projecto de complexo funerário municipal

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Depois da polémica em Lisboa, é agora a vez da Câmara de Matosinhos avançar com a instalação de um tanatório - complexo funerário. A autarquia pretende instalar o espaço no Cemitério Municipal de Sendim e, para isso mesmo, levará o projecto à reunião de câmara de amanhã para aprovação. A obra deverá estar concluída dentro de 18 a 24 meses e tem um investimento previsto de 2,5 milhões de euros.

O caso mais mediático relativo a projectos semelhantes ocorreu no final de 2004, com o complexo que uma agência funerária pretendeu instalar no Bairro de Alvalade. A empresa promotora, após muitos protestos da população daquela zona - que avançaram mesmo com um abaixo-assinado - e a mediação da autarquia de Lisboa, optou por deslocar o projecto para próximo do cemitério de Carnide, em detrimento do edifício naquele bairro.

Em Matosinhos, não se esperam problemas. O complexo disporá de um crematório, aberto a todos os credos religiosos e, para já, a opção "está a ser bem compreendida pelos párocos", adiantou Guilherme Pinto, que quer evitar polémicas com a população. "Não queremos romper com a cultura actual", adiantou.

Segundo o projecto apresentado pelo presidente da câmara, Guilherme Pinto, o Tanatório ficará instalado em terrenos junto ao Cemitério Municipal de Sendim. O espaço disponível é de cerca de 8,8 mil metros quadrados, enquanto o edifício ocupará uma área que ronda os 1,5 mil metros quadrados.

O complexo será composto três blocos: um para os serviços administrativos e de apoio (como cafetaria e zona de florista) e outro destinado a antecâmaras e três capelas de velório - adaptáveis a qualquer culto religioso -, apoiadas por uma sala de Tanatopraxia e outra de repouso. O terceiro bloco, onde ficará o crematório, irá dispor de uma sala de espera, um espaço para entrega de cinzas e uma sala de despedida, com capacidade para 120 pessoas.

Os responsáveis autárquicos rejeitam um Tanatório que seja visto como "um supermercado da morte, como sucede em Espanha". "Será um edifício com novas e melhores condições", refere a vereadora do ambiente. Já Guilherme Pinto lembra que será possível dar mais dignidade em momentos difíceis e evitar os habituais cortejos fúnebres desde as igrejas até aos cemitérios.

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