Marvila festeja vitória desejada

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MARCHAS POPULARES 2008

Alegria. A marcha e os moradores celebraram na rua

Primeiro lugar finalmente conquistado depois do 'jejum' de seis anos

Marvila não descansou durante o dia de ontem para saborear bem a vitória no Concurso das Marchas Populares de Lisboa, de 2008. "Vamos fazer barulho e festejar enquanto tivermos força, pois não sabemos quando é que voltamos a ganhar", brincava um dos marchantes, sentado nas escadas do pátio, junto à sede da Sociedade Musical 3 de Agosto de 1885. Uma dezena de "resistentes" esperava pelo resto dos companheiros e pela Sofia (Sofia Neuparth), a coreógrafa da marcha. O objectivo era darem mais uma volta pelo bairro.

Mas quando Sofia chegou a "digressão" ficou para segundo plano e a festa ganhou nova dimensão. "Parabéns, parabéns." Beijos e abraços voltaram a distribuir a purpurina que tinha sobrado da véspera nos rostos sorridentes de todos. "É um reconhecimento justo", sublinha a professora de dança e responsável pelo Centro em Movimento, de Lisboa. "Senti que a marcha era muito forte este ano e a receptividade do público no pavilhão foi boa. Na Avenida correu tudo bem", diz orgulhosa, Ilda, 30 anos, veterana da marcha de Marvila, há 15 anos. "É o meu bairro!", insiste orgulhosa. João Santos, 23 anos, mora no vizinho Beato, mas nos oito anos que leva de marchas só vestiu Marvila. "E se a marcha acabar, não quero mais nenhuma", diz sem tirar os óculos escuros.

Toda esta alegria até poderia insuflar um sopro de vida na debilitada colectividade. Mas o presidente da direcção, Fernando Paiva, não está optimista. "Isto só se levanta se os novos se dedicarem". Ontem, o salão da "3 de Agosto" encheu como há muito não se via. A "malta" juntou-se para ali rever as imagens do pavilhão. "A marcha é linda", ouvia-se. "Marvila tem bairrismo. Mas as pessoas de tanto ouvirem dizer que pertencem a um bairro periférico vão perdendo os laços. Agora, voltaram a estreitá-los", diz Sofia Neuparth.

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