A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque reconheceu na quinta-feira à noite no parlamento que gostaria de ter deixado as suas funções governativas com o dossiê Banif resolvido, mas disse ter feito todos os possíveis, embora sem êxito.."Gostaria muito de ter deixado esse processo resolvido, a bem de todos nós, que somos os contribuintes e que pagamos", afirmou a antiga governante durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao Banif. E realçou: "Fiz o que podia fazer mas infelizmente não consegui levar esse barco a bom porto"..Maria Luís Albuquerque disse ainda acreditar que, caso tivesse continuado em funções, o processo seria "concluído, talvez, com algum prejuízo, mas uma parte muito pequena do que aquele com que foi concluído"..Em 20 de dezembro, domingo ao final da noite, Banco de Portugal e Governo anunciaram a resolução do Banif, a venda de alguns ativos ao Santander Totta e a transferência de outros (muitos deles 'tóxicos') para a sociedade-veículo Oitante..A operação surpreendeu pela dimensão do dinheiro estatal envolvido, que no imediato foi de 2.255 milhões de euros, o que obrigou a um Orçamento retificativo..A este valor há ainda que somar a prestação de garantias de 746 milhões de euros e a perda dos cerca de 800 milhões de euros que o Estado tinha emprestado em 2012 e que não tinham sido devolvidos..No total, e retirando os 150 milhões de euros pagos pelo Totta, os custos para contribuintes podem chegar até 3.600 milhões de euros.