Maria José Ritta vai ao encontro das pessoas em 'Páginas Soltas'

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O diálogo demora pouco mais de um quarto de hora, mas esse é o tempo certo para jogar com as palavras e as histórias. Com o tom descontraído que Bárbara Guimarães põe nas suas Páginas Soltas, hoje à conversa com Maria José Ritta. No Dia Internacional da Mulher - a coincidir com o último dia no activo como mulher do Presidente Jorge Sampaio - a (ainda) primeira dama fala do livro que escreveu no seu jeito discreto de ir Ao Encontro das Pessoas. E garante que amanhã é o dia perfeito para equilibrar a parte de si que ficou "adiada" na última década.

"Foi um contributo modesto, o meu", começa por explicar a convidada do Páginas Soltas, assumindo desde o início que "o papel da mulher do Presidente é aquele que a pessoa em causa estiver disponível para ter". Sem fórmulas, nem recados possíveis para a candidata que se segue. "Apenas com disposição e disponibilidade. E a capacidade de assumir sempre a responsabilidade pelos seus próprios actos."

É, de resto, essa a essência de Ao Encontro das Pessoas, o livro que Maria José Ritta escreveu e sobre o qual fala hoje na SIC Notícias, a partir das 20.30, fazendo o balanço final dos dez anos em que vestiu a pele de primeira-dama. E mesmo sem pretender ter "um carácter autobiográfico ou de memórias", conforme ressalva a autora, são mais de 500 as páginas que "têm por detrás um conjunto de valores que me são muito caros". Antes como agora.

"Em primeiro lugar, o meu Ao Encontro assenta no valor pessoas, porque é para elas e junto delas que trabalhei e vou continuar a trabalhar", sustenta a mulher de Jorge Sampaio, conhecida pela autenticidade e o humanismo com que sempre se envolveu em causas sociais.

"Andei muito no terreno, a ver com os meus próprios olhos, a julgar pela minha cabeça, a decidir por mim mesma... essa é a minha forma de estar", reconhece Maria José Ritta, que continua a ver no voluntariado "uma das linhas-mestras de actuação num país em que a atitude cívica é ainda muito fraca".

Não admira, portanto, que o livro seja também um testemunho de participação cívica. E de integração política, "no sentido do exercício das responsabilidades de cada um na sociedade em que se está envolvido". E de prestação de contas "daquilo que fiz ao longo destes dez anos, com os poucos meios que tinha à disposição". O livro nunca poderia ter menos de 500 páginas.

Saudades de ler

Para Maria José Ritta, a experiência no terreno, as muitas viagens presidenciais e a convivência que teve com as pessoas foram os seus melhores professores. Com eles aprendeu um pouco mais todos os dias. A maior lição?

"Percebi que as mulheres são líderes, indispensáveis, criadoras de riqueza." São sempre elas que estão de serviço, "a tecer uma teia de solidariedade que aguenta as comunidades e permite a coesão social. E isto apesar de se debaterem com dificuldades na compatibilização das várias tarefas", reitera. Planos para o futuro? "Descansar um pouco para continuar. Também tenho saudades de ler um livro até ao fim."

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