Margarida Marinho: "A Carlota é super-vaidosa"
A gravar a todo o gás a novela Remédio Santo (TVI), em Viseu, Margarida Marinho conseguiu fazer uma pausa no trabalho e dar um salto a Tróia, onde passou um fim-de-semana animado entre colegas e amigos.
Na ocasião, a actriz falou à Notícias TV não só de trabalho mas também da ligação ao Alentejo - região da qual é embaixadora. Pelo meio ainda recordou a sua infância e falou da relação cúmplice com a filha mais nova, Carlota, que completa 3 anos em Dezembro.
"A Carlota é supervaidosa, é pior do que eu (risos)", revelou Margarida Marinho, que não deixa a menina ver por inteiro a novela que protagoniza: "Ela vê-me pouco na televisão, há cenas que são proibitivas para as crianças. Ela adora a novela, sabe imensos nomes, imensas coisas das pequenas cenas que deixei que ela visse."
Margarida admite que a educação que teve se reflecte na forma como agora lida com a filha, fruto do casamento entretanto terminado com o arquitecto Ricardo Zúquete.
"A minha educação teve um lado muito controlado e outro muito liberal. Os meus pais sempre tiveram uma liberdade muito grande relativamente ao conhecimento, à educação, a promover os valores culturais. Somos seis irmãos, quatro rapazes e duas raparigas, eles podiam fazer as asneiras todas mas as meninas tinham de estar muito certinhas, muito resguardadas. Havia uma disciplina muito grande em relação a algumas coisas e liberdade em relação a outras. A minha mãe sempre teve um lado muito lúdico. O meu pai pintava, a minha mãe cantava. Fazíamos imensas coisas que tinham que ver com o lado lúdico", lembra.
E será que a actriz da TVI era mais do estilo certinha ou era mais rebelde? "Tive uma fase em que era muito maria-rapaz, muito por causa dos meus quatro irmãos. Por isso não era certinha de certeza absoluta. Jogava à bola... foi uma infância muito engraçada, muito feliz mesmo", frisa. Mas nem por isso Margarida deixava de se sentir mulher: "Nunca deixei de ser feminina, apesar de ser maria-rapaz. A minha mãe sempre serviu de exemplo, sempre se cuidou, é uma pessoa com uma sensualidade muito própria, que gosta de se sentir bonita quando sai. Adora chapéus, sapatos... e eu ficava muito colada a olhar para a minha mãe a ver tudo o que ela fazia e copiei em tudo."
A filha, Carlota, segue o exemplo da mãe. "Ela faz tal qual como eu. Os sapatos todos espalhados pela casa... o que eu faço ao espelho, ela também faz. Se eu estiver de rabo-de-cavalo, ela diz logo: 'Mãe, tira o elástico, ficas muito mais gira sem ele'."
A estrela da estação de Queluz de Baixo passou grande parte da infância num colégio da família. "Nasci em Lisboa, no Colégio Figueiredo. Era o colégio da minha bisavó, depois a minha mãe tornou-se dona e directora desse colégio. Eu nasci em casa porque o colégio era na parte de baixo. A partir de certa altura mudámo-nos para São Pedro do Estoril", conta à NTV.
Carlota não vai às gravações "cansativas"
Viseu tem sido o quartel-general do elenco da novela RemédioSanto. É naquela cidade que os exteriores da trama têm sido gravados. Margarida Marinho assume que não é fácil ir e vir para as gravaçoes. "De facto é muito cansativo, são três horas de viagem, mas há quem faça menos (risos), quem tem o pé pesado. Não sou eu que conduzo, nem conseguia, porque o cansaço é muito... mas vou sempre atenta ao acelerador. Já disse na brincadeira ao nosso presidente que tinham de arranjar um voo para Viseu, um comboio. Não compreendo porque não há. O comboio que existe vai até Nelas e depois vão buscar-nos de carro. Às vezes faço Lisboa-Viseu, Viseu-Lisboa, quando não fico lá."
Gerir as saudades dos filhos - para além de Carlota é ainda mãe de Manuel, de 18 anos, fruto de um primeiro casamento - já não é tarefa complicada, garante a actriz. "Tudo é fácil para uma mãe portuguesa. Nós somos as melhores gestoras do mundo. Se seguissem o nosso modelo de gestão para as empresas, tudo seria melhor", atira.
Levar a filha para as gravações é que parece fora de questão. "Nunca foi. É muito cansativo para uma criança de 2 anos fazer uma viagem de três horas para Viseu e depois o regresso. É só por isso que não vai. Em Meu Amor ela ia comigo. E adora, mexe nos pincéis, pinta-se, enfeita-se."
Teve aulas de castelhano para a novela
Para dar vida a Violante na trama da TVI, Margarida Marinho foi obrigada a melhorar o seu castelhano. Isto porque a sua personagem tem sotaque. "Foi exigência da produção. Tive aulas, e isso é sempre bom porque cria estímulos e a aprendizagem é uma coisa muito boa, gosto imenso. O sotaque introduz uma dinâmica diferente na representação, o que se torna engraçado. É mais difícil. Mas mais difícil ainda é a língua gestual, porque consoante as palavras que vão surgindo e os vocábulos é necessário renovar a aprendizagem. Há uma pessoa que nos tem acompanhado, a mim, à Rita [Pereira] e ao Lourenço [Ortigão], e de quando em quando tem de estar connosco para renovar. Porque é muito difícil. Ficamos um tempo sem estudar, a língua gestual é mais complicada porque, se não soubermos algo, não podemos fazer, não podemos errar, e também há muitos surdos a ver."
O feedback do público, sobretudo dos surdos, tem sido surpreendente. Pela positiva. "Sim. Adoram. Temos de ter um olhar para a pessoa que está ao lado, se aquela pessoa tem uma dificuldade, temos de ajudar. É simples a fórmula", remata Margarida, que, quando terminar a novela, vai voltar ao teatro: "Há a previsão de fazer uma peça Quando, onde e como não sei."