Marés violentas 'engolem' praias de São João da Caparica

Publicado a
Atualizado a

Apesar de o estabelecimento se encontrar encerrado, as escadas de madeira do Búzio Bar são uma das poucas passagens para a frente das praias de São João da Caparica e já se encontram a meros dois metros das areias negras que ficaram depois de sugado o areal com as sucessivas marés violentas dos últimos dias.

O espaço para caminhar praticamente não existe e as dunas desta praia e das restantes, que no Verão atraem milhares de visitantes, foram em parte engolidas nos últimos dias.

Neste cenário natural irreconhecível, os donos do estabelecimento Pé no Mar mantêm as portas abertas, mas cercaram toda a área para manter a segurança dos clientes. "Isto está muito pior agora porque este fim-de-semana o mar avançou bastante", explica ao DN um dos empregados do bar, Carlos Pereira, para realçar que, para já, o espaço não vai fechar "mas nunca se sabe porque, se numa noite o mar avançou dez metros, pode voltar a repeti-lo nos dias seguintes".

O problema não é novo e, apesar de os trabalhos de reforço dos pontões das praias da Costa de Caparica continuarem a bom ritmo, Carlos Pereira tem algumas dúvidas sobre o desenvolvimento da obra do programa Polis: "Vê-se que apostaram em alargar os pontões, mas isso veio baralhar as correntes e o resultado está à vista", sublinha.

Uma opinião diferente tem a Junta de Freguesia da Costa de Caparica. Contactado pelo DN, o presidente António Neves disse ter conhecimento da situação e relatou o envio de uma carta à direcção do Instituto da Água relatando os estragos dos últimos dias. O assunto está dependente da Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo e a justificação para o avanço do mar deve-se às obras de reforço dos pontões e à rigidez do clima das últimas semanas.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt