Marcopolo vai encerrar fábricade carroçarias em Coimbra
A empresa de carroçarias de autocarro Marcopolo, há 19 anos em Coimbra, suspendeu ontem a laboração com vista ao encerramento definitivo da unidade. Os cerca de 180 trabalhadores estão a ser informados por escrito da decisão da empresa avançar a 15 de Setembro com a caducidade dos contratos (figura jurídica equivalente ao despedimento colectivo), estando de imediato desobrigados de se apresentarem ao serviço.
A decisão "irrevogável", alegadamente por falta de encomendas, foi comunicada na segunda-feira aos sindicatos, tendo a administração assegurado que irá garantir os direitos dos trabalhadores e as respectivas indemnizações. Para hoje está marcado um plenário de trabalhadores e reacções dos vários quadrantes já se fazem ouvir.
O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Carlos Encarnação, defende que a empresa deve ser vendida e que "há interessados", tendo acrescentado em declarações à Lusa, que ele próprio recebeu no seu gabinete um empresário belga interessado em adquirir a unidade.
Também o Governador Civil de Coimbra, Henrique Fernandes, afirmou em nota de imprensa que "tudo fará para ajudar na procura de alternativas que mantenham/ /recriem postos de trabalho, através de contactos já agendados com a administração da empresa, com a tutela e outros actores".
Já o coordenador da União dos Sindicatos de Coimbra, citado pela Lusa, não entende a decisão da Marcopolo, cuja empresa-mãe se situa no Brasil, sendo a filial de Coimbra a única no mercado europeu. "A situação é delicada e dolorosa, e o sindicato tudo irá fazer para inverter esta caminhada", garantiu António Moreira. Fonte próxima da administração disse ao Negócios on line que a empresa, com capacidade para fabricar 400 a 500 unidades, produziu no primeiro semestre apenas 58.