Marcelo na Grécia para debater Europa, ouvir portugueses e visitar refugiados
Nesta que é a primeira visita de Estado que Portugal faz à Grécia desde Jorge Sampaio - que visitou a República Helénica em 2002 -, Marcelo Rebelo de Sousa terá os habituais encontros com o homólogo grego, Prokopios Pavlopoulos, com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e com o presidente do parlamento helénico, Nikos Voutsis, mas, nesta visita, além do reforço dos "sólidos laços de amizade e cooperação", Marcelo não irá esquecer aquele que foi, durante largos meses, um dos assuntos no topo da agenda europeia: a crise migratória.
Na quarta-feira, último dia de visita, o chefe de Estado português começa o dia com um encontro com a coordenadora do campo de refugiados da Organização Internacional para as Migrações, em Tebas, um centro com capacidade para cerca de 700 refugiados e migrantes que ocupa hoje as instalações de uma antiga fábrica do setor têxtil. No mesmo dia, e depois de um almoço com personalidades do mundo académico e cultural - muitas delas com ligações a Portugal -, o presidente da República visita ainda, em Atenas, o Serviço Jesuíta aos Refugiados, um centro de apoio social que tem como missão "acompanhar, servir e defender" os refugiados. Aqui, adianta Belém, Marcelo encontra-se com "um grupo de voluntários portugueses que tem vindo a desenvolver diversas atividades". No mesmo dia, a questão migratória também deve estar em cima da mesa, no Palácio Presidencial, durante um debate aberto sobre "As raízes e o futuro da Europa",
A propósito da crise de migrantes e refugiados, o chefe de Estado português chega à Grécia pouco mais de uma semana depois de o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, ter promovido uma remodelação no Governo, fazendo sair, entre outros, o responsável pela gestão da crise migratória de 2015, Yannis Mouzalas, ex-ministro para a Imigração , que foi substituído por Dimitris Vitsas, que, até agora, ocupava o cargo de ministro-adjunto da Defesa.
Mas, esta segunda-feira, no primeiro dia de visita, o destaque vai para os portugueses, já que, cerca de uma hora após a aterragem em Atenas, Marcelo irá fazer uma receção em honra da comunidade portuguesa, que, na Grécia, é composta por cerca de 600 pessoas - 80 por cento das quais a residir na capital helénica.
Nesta visita, em que Marcelo será acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o presidente da República irá ainda ser agraciado com o doutoramento honoris causa pela Universidade Nacional de Atenas, que retribui, assim, o gesto da Universidade de Coimbra que, no ano passado, atribuiu o mesmo título ao presidente grego.