Marcelo marca diferenças para Cavaco e rejeita uso da "bomba atómica"

Candidato garante que não vai ficar à espera que Costa falhe para o apanhar "na curva"
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Marcelo Rebelo de Sousa marcou hoje as diferenças para Cavaco Silva, dois dias depois de Passos Coelho o ter comparado ao atual presidente. Numa aula dada a alunos da Escola Secundária Secundária Ibn Mucana, em Alcabideche, o candidato presidencial afirmou que "cada pessoa é diferente, no estilo, na personalidade e na forma de ver a vida".

O ex-líder do PSD respondia a um dos alunos que lhe perguntou quais as diferenças para Cavaco Silva. Na mesma resposta, o candidato marcou as diferenças para Cavaco, dizendo que quer ser um "Presidente de maior proximidade das pessoas, que seja menos a visão austera e distante do Presidente da República".

Outra das diferenças que Marcelo indicou face a Cavaco foi na capacidade de "fazer pontes" entre a esquerda e a direita, pois quer ser um Presidente "sensível e aberto para todos os partidos e parceiros económicos e sociais". Numa indireta a Cavaco Silva, lembrou ainda que "outros, noutros momentos, viram de outra maneira". Marcelo insistiu que quer ser "árbitro".

O candidato voltou a dizer que não é fã da chamada "bomba atómica" presidencial de dissolução da Assembleia da República. Marcelo disse, em abstrato, que "o Presidente só pode demitir um primeiro-ministro se houver uma crise grave no sistema político" e que "dissolver a Assembleia da República parece lógico só quando os termos forem mais graves do que na situação de demissão do Governo".

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Quanto à hipótese, em específico, de dissolver o Parlamento para provocar a queda de Costa, Marcelo defende que espera que o governo "não caia" e disse que irá "fazer tudo para que isso não aconteça". Como argumento, Marcelo lembrou que o país está a sair de uma crise e não pode ficar sem orçamento quase até ao outono.

Além disso, defendeu a legitimidade do executivo de Costa, defendendo que que "Costa soube aproveitar as regras do jogo no sentido daquilo que ele defende (...) Uma coisa é violar as regras do jogo, outra é fazer dentro. A Constituição proíbe? Não proíbe". Recusou-se ainda a ser o Presidente que vai ficar à espera que Costa falhe para o apanhar "na curva" e o derrubar.

Para Marcelo o Presidente tem "poderes moderados, mas em situação de crise grave esses poderes reforçam-se". Ou como sintetizou o candidato: "É uma espécie de fusível de segurança".

A maioria destas declarações foram feitas em resposta a questões de alunos. A primeira foi logo incómoda para o candidato, que tem tentado afastar as referências partidárias da campanha, sobre se Miguel Relvas o tem ajudado na campanha. Marcelo respondeu que "tanto quanto" sabe Relvas está na "vida empresarial" e por isso "não tem ajudado, tem estado afastado da política, se vier a ajudar eu digo.

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