Marcello Caetano
Marcello José das Neves Alves Caetano nasceu em Lisboa, a 17 de Agosto de 1906 e foi o último Presidente do Conselho do Estado Novo apesar de ter ficado conhecido por ser um dos raros membros do Governo de Salazar a favor duma maior liberdade de expressão e pela introdução de ligeiras mudanças, sob uma política de abertura, após a saída de Salazar.
Licenciou-se em Direito, na Universidade de Lisboa, e doutorou-se em 1931. Começou por apoiar a Ditadura Militar em 1926. Três anos depois decidiu dedicar-se à política, vindo a apoiar o regime autoritário de Salazar, colaborando na redacção do Estatuto do Trabalho Nacional e da Constituição de 1933, e vindo a ocupar, a partir da década de 1940, alguns dos cargos mais importantes no Estado Novo. Foi ministro das Colónias, presidente da Câmara Corporativa e ministro da Presidência do Conselho de Ministros. Em 1958, na sequência de uma crise política interna do regime, viu-se afastado por Salazar da posição de número dois do regime, aceitando porém assumir funções destacadas no partido único União Nacional, como presidente da comissão executiva da UN. Regressou à vida académica, foi reitor da Universidade de Lisboa de 1959, até se demitir, em 1962, no seguimento da Crise Académica desse ano e da acção brutal da polícia de choque contra os estudantes na cidade universitária.
Tendo afirmado não voltar à vida política e pedido a sua exclusão do Conselho de Estado, de que era membro vitalício, não explicou nas suas memórias por que razão, em 1968, na altura do afastamento de Salazar, voltou a esse mesmo Conselho e acabou por ser nomeado Presidente do Conselho de Ministros
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, Marcelo Caetano foi destituído de todos os seus cargos, exilando-se no Brasil com a família. O exílio permitiu-lhe evitar ser judicialmente responsabilizado. Morreu no Rio de Janeiro a 26 de Outubro de 1980.