Entrevista. Líder do PSD foi à TVI e não garantiu aval à candidatura.Manuela Ferreira Leite recusou-se ontem, durante uma entrevista na TVI, a comentar uma candidatura de Pedro Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa. A presidente do PSD invocou que "as eleições são só daqui a um ano" e justificou que há assuntos mais importantes, como a análise do Orçamento do Estado para 2009. "Não é o momento próprio, não está na minha agenda a discussão autárquica", disse a líder do PSD..Dizendo que não desconhece que o tema tem feito "correr rios de tinta", Ferreira Leite escusou-se também a comentar as reticências a Santana Lopes que têm sido avançadas por Marcelo Rebelo de Sousa, José Pacheco Pereira, Nuno Morais Sarmento, entre outros. Mais, Carlos Carreiras, líder do PSD/Lisboa, acabou também por ser desmentido: "Confirmo que dei o aval para pôr à consideração da distrital os nomes". Ou seja, não deu o aval a Santana Lopes, mas sim à discussão interna do tema na reunião alargada da distrital do PSD/Lisboa. Uma nuance..Visivelmente desconfortável com o tema Santana, Manuela Ferreira Leite, perante a insistência de Constança Cunha e Sá, acabou por dizer: "Comigo, nenhum militante será excluído. Comigo, não há saneamentos no partido". Uma indicação de que Santana Lopes poderá mesmo já estar fechado, tendo a líder optado por deixar acalmar as hostes, após as resistências internas de alguns sectores do PSD. "Eu convivo com o partido", disse..Tirando o tema Santana, que só surgiu no fim, a entrevista foi quase toda consagrada ao ataque ao Governo, sobretudo em matéria de economia. Ferreira Leite considerou que "estamos num momento de falar verdade às pessoas", referindo-se às previsões de 0,6% previsto pelo executivo. "0,2%, nunca andará muito longe disto.0,3% no máximo", afirmou a líder laranja como o número mais real. Neste ponto, Manuela Ferreira Leite frisou várias vezes que "o défice está a ser conseguido à custa das PME", sobretudo porque está a ser seguida uma política de "mexer com os prazos de pagamentos e recebimentos (sic)"..A presidente do PSD lembrou que alertou a tempo para a chegada da crise com a famosa frase "não há dinheiro para nada" e enumerou as propostas alternativas às do Governo. Apesar de tudo, Ferreira Leite considerou que "o Governo esteve bem quando decidiu o financiamento ao sistema bancário no sentido de lhe conferir segurança". Uma medida que, lembrou, "é comunitária"..Os apoios previstos no OE/2009 às PME foram desvalorizados, já que "se as empresas têm prejuízos não pagam impostos". O resultado do PSD nos Açores não foi abordado. |