Carlos Horta e Costa e dois outros administradores dos CTT, entre 2002 e 2005, Manuel Carrasqueira Baptista e Gonçalo Rocha, são acusados de vários crimes económicos e de gestão danosa, que alegadamente causaram prejuízos aos Correios calculados em 13,5 milhões de euros..Durante a maior parte daquele período (entre março de 2002 e julho de 2004), Manuela Ferreira Leite integrou o governo, liderado por Durão Barroso, ocupando o cargo de ministra de Estado e das Finanças..Quatro outros arguidos - Júlio Macedo, Pedro Garcez, Luís Vilar e Victor Camarneiro - estão pronunciados por corrupção para ato ilícito, os dois primeiros por corrupção ativa e os dois últimos por corrupção passiva, sendo Júlio Macedo, Pedro Garcez e Luís Vilar também acusados de branqueamento de capitais..O arguido Marcos Lagoa responde por fraude fiscal, enquanto Vítor Silva, Carlos Godinho e Paulo Jorge Silveira são acusados pelo crime de participação económica em negócio..No julgamento tem estado em destaque a venda de um prédio dos CTT em Coimbra, na Avenida Fernão de Magalhães, em março de 2003, por 14,8 milhões euros à empresa Demagre, que, no mesmo dia, o revendeu à ESAF-Espírito Santo Fundos de Investimento SA por 20 milhões de euros, lesando os Correios em mais de cinco milhões, segundo o despacho de pronúncia do Ministério Público..A transação de outro imóvel dos CTT, em Lisboa, também tem merecido a atenção do tribunal. Os Correios decidiram vender o edifício, por 12,5 milhões de euros, à Demagre, que emitiu um cheque pré-datado (janeiro de 2004), para o seu pagamento, mas o cheque foi devolvido pelo banco, por falta de provisão..Os CTT não denunciaram o ilícito e acordaram oferecer à Demagre a possibilidade de esta empresa vender o edifício e, no caso de o fazer por um preço superior aquele montante, a mais-valia daí obtida seria repartida, em partes iguais, pelos CTT e pela Demagre, de acordo com a acusação..O prédio, em Lisboa, na Avenida da República, acabaria por ser vendido, mais tarde, mas sem a intermediação da Demagre..Outros atos de gestão alegadamente ruinosos prendem-se com a contratação de empresas de consultoria, assim como contratos com a Rentilusa e de gestão de frota em 'outsourcing' com o grupo Sociedade Lusa de Negócios (SLN)..O tribunal de Coimbra emitiu, entretanto, um mandado de detenção (ainda sem resultados práticos conhecidos) para Pedro Garcês, depois de este arguido ter faltado, sem justificação, à primeira sessão do julgamento, que teve início em 26 de novembro de 2012.