Mantorras regressou aos golos decisivos

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O Pedro Mantorras decisivo voltou ontem à Luz. O avançado idolatrado pelos adeptos recuperou o estatuto de herói, relembrando o último ano em que o Benfica se sagrou campeão com o angolano a marcar alguns golos importantes. Quando a situação se apresentava complicada, muito complicada, Mantorras saiu do banco para dar a contundência atacante que faltava ao Benfica, marcando ainda o golo da vitória (2-1). Foi um apuramento para os oitavos-de--final da Taça de Portugal arrancado a ferros, com os golos a serem marcados no últimos dez minutos. A União de Leiria até parecia ser a próxima equipa a tombar um "grande" da competição, contudo sucumbiu à boa reacção encarnada.

Porém, o momento de Mantorras, numa altura que o clube procura um avançado para reforçar o plantel, aconteceu muito depois de 45 minutos (os primeiros) que não merecem ser recordados, tal foi o mau espectáculo de futebol a que se assistiu no Estádio da Luz. O jogo valeu por uma segunda parte emotiva, a que muito se deveu o golo da União de Leria, aos 58 minutos. Harison obrigou o Benfica a acordar da apatia que dominava na equipa encarnada.

Os leirienses até mereceram a vantagem, não porque tivessem disposto de outras oportunidades para o fazer, mas porque a sua organização quase perfeita era o único ponto positivo do encontro, até então. Aliás, o guarda-redes Quim, além do golo, pouco mais teve com que se preocupar. No Benfica os passes errados - e foram tantos - e a lentidão de todos os jogadores banalizavam a equipa, sem solução para se superiorizar a uns leirienses que gostam de jogar fora: já venceram quatro vezes longe da cidade do Lis esta temporada.

A precisar de um líder, foi Rui Costa quem respondeu ao apelo no Benfica. De regresso à titularidade, mais de quatro meses depois, o número 10 não realizou o melhor dos jogos, mas foi ele que não deixou a equipa baixar os braços quando os lances de ataque ou terminavam em foras-de-jogo (Mantorras chegou a empatar, mas estava em posição irregular) ou com a bola a sair. Os gritos de Rui Costa tiveram eco nos colegas, que pressionaram e empurraram o Leiria para a sua área. Os golos demoraram a surgir, mas com o avançado angolano em campo os encarnados mostraram maior eficácia ofensiva, que daria os seus resultados. A subida dos laterais, Nélson e Léo, também fez a diferença. Mais interventivos do que na primeira parte foram dos laterais que muitos dos cruzamentos perigosos surgiram.

Também de volta ao onze estiveram Manú e Anderson. O extremo é considerado um intransferível pelo treinador Fernando Santos, mas exibições como a de ontem não convencem. Foi ele quem saiu para dar lugar a Mantorras. O central brasileiro cumpriu, mostrando que se Ricardo Rocha for mesmo para o Tottenham - o internacional português ficou no banco, não podendo despedir-se do "seu" público, naquele que pode ter sido o seu último jogo na Luz -, Anderson está pronto a retomar a titularidade há muito perdida.

Quando a ansiedade encarnada ameaçava transformar-se em desespero, um livre resolveu o problema. Simão assistiu (?) Nuno Gomes para o empate - ficam dúvidas sobre se o avançado chegou a tocar na bola. E cinco minutos depois Mantorras fez a festa e manteve o Benfica na Taça.

Um castigo para a União de Leiria. O marcador do golo leiriense, Harison, foi expulso e terminou com qualquer esperança. Não houve organização que resistisse ao ímpeto final do Benfica, que acabou por justificar o triunfo.

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