Makukula lembra a sua sina: "Sempre fui o último a chegar"

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Entre domingo e ontem de madrugada (a selecção chegou às 05.30 da manhã a Lisboa), Ariza Makukula viveu nas "nuvens". Literalmente: viajou, à última hora (para render o lesionado Nuno Gomes), de Bruxelas para Baku (Azerbaijão), daqui para Almaty (Cazaquistão), e dali para a capital portuguesa. E foi aqui que confidenciou que só quer "provar que ainda pode dar no futebol", ou ainda que foi "gozado" por não ter botas, e ter de utilizar as de Fernando Meira.

Após ter marcado um golo numa atribulada estreia pela selecção principal de Portugal (no 2-1 ao Cazaquistão) e de mais de 20 horas de voo em pouco mais de três dias, Makukula ainda sorria no aeroporto da Portela. "Realmente é diferente. O Makukula de há três dias e de hoje muda muito". "Satisfação", "tranquilo", "prazer" foram vocábulos que Makukula repetia à exaustão enquanto aguardava as malas, sublinhando: "Ainda não conquistei nada."

Ainda marcado pelas lesões nos ligamentos em Espanha, o ponta-de-lança tenta minimizar o impacto do bom arranque de época no Marítimo (quatro golos em seis jogos), coroado pelo tento inaugural em Almaty. "Quero dedicar-me ao Marítimo. No final da época logo se vê. Se o Sevilha [detentor do passe] quiser, volto com todo o orgulho, mas logo se vê."

De resto, e multiplicando gargalhadas, puxa atrás as peripécias da missão na Ásia. "É incrível. Levaram-me a mala para Bruxelas e eu levei-a para Baku, mas ao chegar lá desapareceu. Agora disseram que a encontraram em Viena e mandá-la para a Madeira." Ou seja, não tinha chuteiras - a não ser umas que a federação lhe comprou, mas às quais não se adaptou. "O pessoal dizia: 'Como é que é possível vir sem botas para aqui?' O Simão dizia que emprestava, e calça para aí 40...". E ria-se, Makukula. "Por isso pedi ao Fernando Meira as botas e ele disse-me: 'Com estas botas vais fazer um golo.' Por isso fui festejar com ele. Até porque estavam todos a gozar comigo." E conclui: "Estavam um pouco largas, porque o pé dele é um pouco maior. Eu calço 45 e o Meira 46, então estavam um pouco largas".

Makukula apagou ainda o mal-entendido de ter tentado a selecção do Congo ("havia muitas pressões, mas foi coisa do momento, sempre joguei nas selecções de Portugal")e falou da sina de chegar aos grandes momentos (como num Europeu sub-21, também chamado à última) como último passageiro. "É incrível, sempre foi assim. Não sei o que é, Deus. Sempre fui o último a chegar."|

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